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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Balanço de 2011



Mais um ano se aproxima do fim. E, como tal, é sempre importante fazer uma retrospectiva do ano que se passou. Ver onde se errou ou acertou, a fim de não cometer (ou pelo menos tentar) os mesmos erros novamente. Penso que 2011 foi o ano em que eu mais cresci, em todos os sentidos.

Este ano eu conquistei vários novos amigos e me afastei de pessoas que não eram importantes na minha vida e me faziam mal. Isso é uma questão fundamental pois, ao estar em contato com os outros, nós aprendemos um pouco mais de nós mesmos.  Conquistei pessoas que parecia que eu conhecia desde sempre. E agradeço por isso. Espero levá-las pra toda a minha vida.

Este ano fiz trabalhos importantes para minha carreira profissional. Estive em 3 agências diferentes e agora finalmente consegui um emprego com carteira assinada. E, mais importante do que isso, trabalho com aquilo que eu gosto. 

Este ano finalmente mandei minha monografia pra uma editora e vou publicá-la. Criei coragem e arrisquei. Estava cansada de ouvir que eu escrevia bem sem fazer nada com isso. Me joguei. E agora as coisas com certeza vão mais pra frente.

Este ano minha tia sofreu um acidente em setembro. Foi atropelada por um ônibus e ficou em coma. Ela sobreviveu sem sofrer sequelas, contrariando todas as expectativas dos médicos, que não acreditavam que ela sairia viva. Isso reuniu ainda mais a minha família.

Este ano, meu irmão voltou de Campos. Estamos todos juntos novamente. A casa está completa.

Então, fazendo um balanço geral, 2011 foi extremamente positivo. Só posso agradecer por tudo o que me foi dado. Espero conseguir corresponder a todas as expectativas que eu deposito em tudo. Feliz Ano Novo. Porque 2012 vai começar espetacular!

domingo, 6 de novembro de 2011

Do valor da informação


De acordo com a Knight Center for Journalism, organização que monitora o trabalho dos jornalistas nas Américas, o Brasil é o segundo país mais perigoso para o exercício da profissão. Em alguns anos, alguns dos grandes expoentes da imprensa foram assassinados barbaramente durante seu trabalho em favelas, áreas de risco ou guerras urbanas. Hoje, mais uma vítima dessa corrida por vender a informação foi feita: o repórter cinematográfico Gelson Domingos morreu durante a gravação de uma matéria para a Bandeirantes. Isso remete a uma questão importante que precisa ser revista: qual o valor da informação quando se lida com vidas?

É importante mostrar à sociedade o que de fato está ocorrendo no mundo. Apresentar o lado obscuro que não se vê todos os dias, a fim de que todos percebam que é preciso ocorrer mudanças estruturais na sociedade. Entretanto, não dá pra mandar pessoas pra uma zona de guerra sem o mínimo de proteção. Os grandes veículos sabem o que ocorre nesses lugares e enviam funcionários para trabalhar, sem que haja preparo suficiente e ainda precisando manejar instrumentos que de nada servem para salvar suas vidas. A informação, nesse ínterim, vem na frente dos seres humanos. Seres esses que também possuem seu valor e que poderiam contribuir muito mais com projetos que não ameaçasse suas vidas.

É imprescindível mudar as diretrizes que delegam funções para repórteres, fotógrafos e cinegrafistas. O Sindicato dos Jornalistas, que deveria ser mais ativo do que é, poderia aproveitar o momento e solicitar mudanças. Porque já basta de jornalistas mortos. Basta de profissionais respeitados perdendo espaço para a guerra.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Da (des)politização

Primeiro, assistam ao vídeo abaixo.



O agressor da jornalista Monalisa Perrone, Thiago de Carvalho Cunha (https://www.facebook.com/thiago.decarvalhocunha) é militante do movimento Acampa Sampa. Além de demonstrar um enorme desrespeito às mulheres, ele mostra que, de política, não entende nada. Em entrevista ao iG, o jovem disse que seu ato foi somente para divulgar seu novo filme, "Merda no Ventilador".

Será que foi pra isso que nossos pais lutaram? Foi por essa democracia porca e suja que tantos batalharam e acreditaram? Desrespeito, despolitização, jovens viciados em entorpecentes e agressões gratuitas acontecendo ao redor do globo são o retrato de uma geração perdida. Uma geração sem líderes, sem ideais, sem vontade de mudança. Pessoas como Thiago, que querem somente aparecer na mídia, sem nada mostrar de produtivo. Criticar somente por criticar, sem apresentar soluções. Essa é a regra.

Como mudar essa realidade? Gostaria de ter a resposta para essa pergunta. Eu mesma muitas vezes questiono o que poderia fazer para mudar. Bem, faço a minha parte ao tentar mudar a mim mesma. E também ao escrever e falar o que penso, defendendo meus ideais. Também tento fazer mais ao conversar e incitar os estudantes de humanas a se especializarem e a correrem atrás de melhorias no mundo. Talvez seja pouco. Mas alguma coisa precisa ser feita.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Da fuga



Todos os dias tento fugir da vontade de ter você de volta na minha vida. Não é certo neste momento. Nunca foi, posto que não era certo você ter ninguém além dela. Mas você já errou em ter várias ao mesmo tempo. Mas nessa sequência de erros, alguém tinha que acertar: você não me teve. Quer dizer, talvez eu tenha sido quem mais pertenceu a você, embora fisicamente nunca tenhamos tido nada. Na-da.

Não sei o que você pensa a meu respeito. Não sei qual ideia você faz de mim. Na verdade, pouco me importa se pensa que sou covarde, que sou louca ou que sou  sonhadora. Sim, de você eu fujo. Embora a vontade de estar ao seu lado seja maior do que tudo, um lado meu diz que não é o momento. Se um dia haverá esse momento ou se isso é real eu não sei. Mas prefiro ouvir o que minha intuição diz. O coração não é bom conselheiro.

 Se fujo de você é porque você não encontro segurança em você. Embora eu me perca em todos os sonhos que teria pra nós dois e que nesse devaneio tudo seja possível e lindo. No meu mundo ideal, você não seria a pessoa que você é. Pessoa cheia de defeitos, mas que no mundo real eu amo ainda, apesar de tudo que sei que você faz e fez. E talvez por isso eu não consiga sequer deixar que você saiba exatamente o que sinto, a não ser através de palavras escritas e da minha eterna fuga...

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Dos Desejos



Quando eu tinha 14 anos, "tirei a sorte" num realejo. Eu morava em Campinas/SP e estava pra voltar a morar em Niterói/RJ. O papelzinho dizia que eu faria uma longa viagem e que, nela, eu encontraria o moço que seria o dono do meu coração. Quem conhece a minha história, sabe que comecei a namorar pouco depois que voltei de Campinas.

Sonhos ou não, a questão aqui não é em que se deve acreditar. Mas os sonhos, os desejos, as vontades, estão aí pra se tornarem realidade na medida em que se acredita. Eu achei bonitinho o recado do realejo, mas não dei a mínima pra ele. Talvez se eu tivesse ficado concentrada naquilo e depositasse todas as minhas esperanças num simples pedaço de papel, ele não teria acontecido. Entretanto, a coisa aconteceu naturalmente. 

Muitas coisas que queremos e desejamos podem não acontecer da maneira que queremos. Não sabemos o que está por vir ou qual será o nosso futuro. Podemos, no entanto, fazer as coisas da maneira correta, agir de modo consciente e coerente, de acordo com nossos princípios. A partir daí a coisa flui para o que tiver de ser. E torçamos para que nossos pedidos sejam coerentes com nossas necessidades. Porque não adianta acreditar somente em sorte, é preciso moldar o nosso caminho.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Da esquizofrenia



Algumas pessoas reinventam-se, tentam mudar aquilo que são, passam imagens loucas de pessoas que estão tentando se superar para conseguirem se reerguer. São pessoas infelizes, que viviam num mundo bom, mas que não volta mais, por mais que se esforce para que ele volte a sê-lo. Eu também passei por essa fase, e me pergunto o quão esquizofrênica sou; o quão esquizofrênicas são as pessoas que, embora saibam que aquele mundo não vai ser rodeado de flores, insistem em vivê-lo.

Muitas pessoas não estão prontas para viver a felicidade em sua plenitude. Elas estão tão acostumadas a viver no pântano, no limbo, que não suportam o despertar do sol, a claridade, a beleza em toda sua imensidão. Não que elas não devam tentar, mas está tão escrito que a coisa não é, que seria até maldade dizer: não o faça.

Algumas pessoas precisam viver de sonhos para existirem. Não aguentam a dura realidade. Creio que a maioria das pessoas seja assim. Vivem aquele mundo de sonhos pra poderem acreditarem que ainda vale a pena estar vivo. Sei lá...simplesmente penso que o mundo vive um sem-sentido de tudo. E dessa vez realmente não me importo com os comentários que virão por aqui. Porque se nada faz sentido, tampouco o fará esse post. A não ser para aqueles que em nada a vida faz sentido,assim como a minha. Dedico àqueles que talvez estejam mais perdidos do que eu e inventem um caminho para tentarem a salvação de suas pobres almas...

domingo, 31 de julho de 2011

Dos sonhos



Será possível amar algo que você desconhece? Existindo, será que amaria da mesma forma? Ou melhor: será amor? Que sentimento é esse que me toma, me assombra, me tange e desaparece com a mesma força e intensidade que surgiu. Mas não, que é que vem, não tendo forma, transparente, sem jeito e que fica e some. Tento dar às pessoas um pouco dessa sensação louca, mas as pessoas não são capazes de compreender. E será que eu mesma consigo compreender? Seria eu a louca que inventa os sentimentos e as sensações, ou elas que me tomam?

Não sei mais o que pensar disso. Só sei que sinto, que vejo, que me perco nos meus devaneios mais sinceros, e que ninguém mais é capaz de enxergar. Solitário e triste é esse sentimento, perdido nos meus pensamentos e nas minhas emoções. Gostaria de nada ver, de simplesmente poder seguir adiante com a realidade que nos cerca, mas os sonhos insistem em permanecer...e muitas vezes não sei como distinguir o que é real daquilo que é criado. E ambos se confundem, são indissociáveis e me transformam nessa que vos fala: aquela que tenta tirar a dor do mundo de dentro de si.

domingo, 24 de julho de 2011

Do amadurecimento






Sinto falta do tempo que poderia ter sido e não foi...daquele tempo em que nós éramos nós, sem tempo, sem espaço, sem distância. Talvez ainda seja assim, num mundo colorido, que a realidade ainda não chegou, ainda não mudou, ainda não perdeu...


Porque o meu mundo, meu mundo próprio é cheio de cor, é cheio de lembranças, é pleno de esperança. Mas esse mundo se confronta com a triste e enorme realidade, com a dor que machuca, que calcifica o que eu acredito, que não é capaz de consolidar e de manter aquilo que se sonha.


Dizem que viver é melhor que sonhar...será? Será que é possível conseguir transformar aquele sonho, aquela vivência irreal, tudo o que se espera de uma vida perfeita? A esperança é um dos maiores martírios, pois ela dá a conotação de um mundo bom, de algo perfeito da maneira que está em nossas mentes, mas aí vem a realidade e transforma tudo, modifica, adapta ao modo que se é, que é completamente diferente daquilo que se espera.


Escrevo, porque estava guardando demais essas questões dentro de mim. Não que meu momento seja o pior...longe disso...mas não é aquilo que eu esperava, que eu um dia acreditei, que nós acreditamos. Crescer talvez seja isso, desconstruir tudo aquilo que um dia se esperou, se viveu...ou se sonhou.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Das palavras

Este texto não tem por objetivo fazer nenhum sentido. Só quero tirar um peso que tá me corroendo o peito, que está me consumindo os sentidos. Não entendo porquê a maldita e hipócrita sociedade nos impõe valores que ela mesma não traz em si. Critica aqueles que trazem atavismos e preconceitos, mas é ela a primeira a julgar e apontar o dedo para o próximo. Assim, faz com que aqueles que carregam seus defeitos se sintam extremamente culpados de sentir aquilo que lhes é próprio do ser humano.

Sim, sou imperfeita. Sim, tenho minhas qualidades e defeitos. Odeio quando vêm me dizer que estou errada, porque penso que as pessoas não têm o direito de apontar em nós aquilo que desprezam em si mesmas...e sim, antes de falarem do outro, olhem pra dentro de si.

Guardo lágrimas reprimidas porque o mundo considera fraco aquele que chora, eu mesma acabo pensando assim. Eu mesma fui reprimida por derramar gotas salgadas, que saltaram dos olhos, sem pedir licença. Só gostaria de poder ser eu e não mais depender de nada. Só queria não precisar temer dar opiniões, não mais guardar e prender dentro da minh'alma tudo aquilo que carrego. Mas não! Não me escutam...e ainda julgam-me louca por não ser como a maioria. Talvez eu o seja. Talvez esse mundo não seja o lugar que me foi prometido...

domingo, 15 de maio de 2011

Da autoestima


Um dos problemas que mais atinge a sociedade é a autoestima baixa. Muitos problemas de relacionamento ocorrem pela carência da auto-aceitação pois, quando o outro aponta os defeitos que não assumimos ter, nos sentimos de alguma forma atingidos e incomodados. Olhar para dentro de si é uma das maneiras mais difíceis de entender a si mesmo, mas também é a mais eficaz. Só é possível detectar e corrigir um problema quando se olha para ele.

Verificar os problemas que possuímos, mexer na própria imagem e alterar padrões que sempre existiram não é nada fácil. É preciso fazer uma catarse, desmistificar situações que considerávamos perfeitas, sair da zona de conforto para enfrentar aquilo que até então nos tornava prisioneiros de nós mesmos. Quando somos "ofendidos" por alguém apontar um defeito nosso, é porque, no fundo, temos a ciência daquele problema, mas somos orgulhosos demais para assumirmos que o possuímos. Mas ter uma autoestima desejável é ter a consciência de que ele existe e querer mudar, por acreditar que se pode ser melhor, ou aceitar que o tem e não se sentir mal por isso.

Amar a si próprio não significa ter orgulho ou prepotência. Aliás, essas são duas ferramentas que mostram o quão desequilibrada se está a autoestima. Assim como quando se acredita que é um fracasso. Ninguém está tão mal a ponto de só piorar ou tão bem a ponto de ser a melhor das criaturas. O trabalho de auto-aceitação não tem como propósito ser perfeito, mas sim ter o equilíbrio necessário para ser feliz.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Da indústria cultural


Esses dias, um dos assuntos que mais está na mídia é a venda dos ingressos para o Rock in Rio, evento que atrai milhares de jovens de todo o país para assistir shows de seus artistas favoritos. Até aí, ótimo. É excelente ter um incentivo como esse à cultura, onde as pessoas terão acesso a músicas e estilos que não necessariamente conheciam, assim como aos que já curtem e que adoram. Entretanto, há um ponto a ser questionado: a industrialização da cultura.

Os ingressos para o Rock in Rio estão sendo vendidos a preços exorbitantes. Em 2001, ano da última edição do evento no Brasil, a entrada saiu por R$ 35 por dia, preço esse que todos poderiam pagar. Este ano, estão sendo vendidos a quase R$ 100 a meia-entrada. É a prova de que a cultura e se tornou de fato uma indústria, onde é preciso tirar do valor do trabalho próprio e do seu esforço diário para ter um mínimo de lazer. Claro que sou a favor dos momentos de lazer, de brincadeira, de sair, mas acho que é preciso ter um mínimo de bom senso na hora de pagar um preço desses por um único dia de diversão. Pelo menos, esse é o meu pensamento.

A tendência desse tipo de situação é só piorar. Vemos atrações como cinema, teatro, transformarem-se em negócios. É triste ver o quanto a cultura é elitista, quando ela deveria ser acessível a todos, e não somente àqueles que podem pagar para tê-la.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Da coragem


Uma das virtudes mais nobres do ser humano é a coragem. Rara, ela traz em si vários outros valores importantes, como a honradez e a lealdade. Vive-se num mundo onde a covardia, o medo e a insegurança tomam conta da sociedade, mas ainda existem sentimentos puros, que elevam o homem à condição de ser social, capaz de inúmeros sacrifícios não por si só, mas também pelo outro.

Todos os dias, a mídia joga uma enxurrada de notícias contendo casos de crueldade: crianças sendo assassinadas, animais sendo torturados, pais dando drogas aos filhos. Um mundo em que tragédias e atrocidades são consideradas normais só pode ter algum problema estrutural. É preciso combater esse tipo de situação, porque isso não é "normal". Nos acostumarmos com o "normal" está errado!

Para encerrar esse post, segue um pensamento de Bertolt Brecht (1898-1956) que, mesmo antigo, permanece atual.

"Nós vos pedimos com insistência:
Nunca digam - Isso é natural!
Diante dos acontecimentos de cada dia,
Numa época em que corre o sangue
Em que o arbitrário tem força de lei,
Em que a humanidade se desumaniza
Não digam nunca: Isso é natural
A fim de que nada passe por imutável."

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Do respeito e da opinião


Não sei se é porque eu sou jornalista, mas uma das coisas que mais me incomoda é reprimirem a minha liberdade de expressão. Meu espaço na internet, ou seja lá onde for, é pra ser respeitado. Não escrevo pensando se estou agradando ou não, mas sim pra desafogar um pouco dos meus pensamentos e opiniões. Nem sempre podemos fazer com que as pessoas aceitem aquilo que pensamos, mas o importante é que não venham tentar nos convencer a não dizer. 

"Não concordo com uma palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte o vosso direito de dizê-lo" (Voltaire)

A sociedade seria mais tranquila se todos respeitassem o espaço uns dos outros. Ontem, navegando na net, vi um vídeo sobre umas garotas que, numa atitude no mínimo selvagem, espancaram um transexual que estava no McDonald's. Em que mundo vivemos? É preciso rever nossos conceitos para que situações como essa não se repitam.


sexta-feira, 22 de abril de 2011

Desabafo 2


Cá estou eu, entre pensativa e triste. Muitas vezes, tenho vontade de desistir e não mais estar entre as pessoas. Elas são cruéis e machucam, pisam e trituram nossos sentimentos. Por conta de seu orgulho cretino e sua vaidade desenfreada, não são capazes de enxergar aquilo que lhes está tão óbvio. Muitas vezes, me sinto como o Zaratustra, que Nietzsche tão sabiamente descreveu.

“Riem-se — disse o seu coração. — Não me compreendem; a minha boca não é a boca que estes ouvidos necessitam.
Terei que principiar por lhes destruir os ouvidos para que aprendam a ouvir com os olhos? Terei que atroar à maneira de timbales ou de pregadores de Quaresma? Ou só acreditarão nos gagos?
De qualquer coisa se sentem orgulhosos. Como se chama então, isso de que estão orgulhosos? Chama-se civilização: é o que se distingue dos cabreiros.
Isto, porém, não gostam eles de ouvir, porque os ofende a palavra “desdém”."

Muitas vezes, sou chamada de louca pelas pessoas que estão à minha volta. Seria eu louca? Talvez...se por louca puder ser eu diferente e capaz de enxergar além do que esses míseros mortais são capazes de ver. Se for isso, então eu serei a primeira a assim me denominar. Porque já não aguento mais essas pessoas que só veem as aparências e que não olham os sentimentos. Tristes e vazios devem ser por dentro, pois vivem buscando nos prazeres efêmeros aquilo que não possuem dentro de si.

"Dizem que sou louco por pensar assim
Se eu sou muito louco por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu
Se eles têm três carros, eu posso voar
Se eles rezam muito, eu já estou no céu"

Bem...esse post foi só uma forma de tirar a decepção que trago...e quanto mais conheço as pessoas, mais vontade tenho de me calar. E deixar que eles próprios frustem suas próprias experiências desastrosas...

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Da paixão doentia


Dentre os sentimentos que dominam os seres humanos, creio que não exista nenhum que leve as pessoas às últimas consequências como a paixão. Em casos extremos, ela faz com que pessoas se escravizem por outras, modificando completamente hábitos, gostos e personalidades. A paixão desenfreada pode beirar a loucura, pois a pessoa acredita depender da outra para respirar.

Claro que existem uma série de fatores que levam a pessoa a se apaixonar loucamente por outra, mas nada que possa ser logicamente explicado. E há uma diferença tênue entre o amor e a paixão. O primeiro é construído, é criado a cada dia, nas dificuldades, nas adversidades e no cultivo. A paixão avassaladora é capaz de tirar o juízo, criando uma série de obstáculos ao equilíbrio. Ela gera o medo de perder, o ciúme, a desconfiança. 

De acordo com diversas correntes psicológicas e estudos científicos, a paixão tem tempo definido para acabar - cerca de 2 anos (fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u14236.shtml). Então, quando acontecer aquela sensação arrebatadora, na qual você não é capaz de controlar seus sentidos por uma outra pessoa, analise se não está apaixonado. E, se estiver, tente ao máximo controlar isso, porque ela pode levar aos nossos impulsos mais primitivos. Não estou aqui pra dizer que estar apaixonado é ruim, mas há uma diferença entre o gostar saudável e aquele que esgota a nós mesmos, fazendo com que percamos o rumo.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Dos ciclos


Uma coisa que sempre chama minha atenção é a capacidade das coisas irem e voltarem sempre no mesmo ponto em que pararam. É como se não tivesse existido um tempo intermediário entre aquele fato, e ele precisasse recomeçar, porque ele precisa ter um fim. Muitas vezes, ele também pode significar um recomeço, mas é necessário ocorrer o fechamento daquela fase como se, para seguir adiante, algo ainda estivesse pendente e precisasse acabar e/ou começar.

Nos relacionamentos, isso é o que mais se vê. Pessoas que se separam por algum motivo e que, um belo dia, "por acaso", se reencontram. A partir daí, recomeçam algo que não tinha tido um ponto final, ainda que ambos saibam, no fundo, que essa situação é finita. O importante é terminar a situação no momento correto, porque senão o mundo fica dando voltas e voltas, e parando sempre no mesmo lugar. Sem isso, as pessoas tornam-se prisioneiras umas das outras, numa ligação de sentimentos confusos e contraditórios.

Tudo nessa vida é cíclico. A explicação do karma mostra bastante esse fator. De acordo com algumas religiões, a pessoa sempre vai reencarnar, até que tenha resolvido seus problemas e pendências. Esse texto, entretanto, não é um texto religioso, mas é só para ilustrar a ideia de recomeço. Aliás, ele pode ocorrer de várias maneiras. Pode ser uma mãe que perdeu o filho e que resolver praticar uma boa ação para ajudar outras mães que perderam os seus; pode ser um bandido que encerrou a fase ruim da sua vida e mudou drasticamente suas atitudes; pode ser alguém que errou e que precisa, encarecidamente, pedir perdão.


domingo, 10 de abril de 2011

Da realidade


Essa semana ocorreu um caso terrível em uma escola do Rio de Janeiro. Um ex-aluno, transtornado, matou diversos estudantes, em sua maioria meninas, com o maior sangue-frio do mundo. Um caso isolado? Bem, esse tipo de situação vem ocorrendo ao redor do globo. O mais famoso foi o caso de Columbine, que acabou se tornando um grande sucesso do controverso cineasta americano Michael Moore.

Esse post, entretanto, não é para falar o quão horrível foi saber dessa ocorrência, mas sim parar pra pensar sobre a sociedade e a realidade. Já dizia Renato Russo, em uma de minhas músicas prediletas - Índios: "mas deram espelhos e vimos um mundo doente". Essa é a questão principal: até quando só vamos receber os "espelhos" e, só assim, percebermos o quanto esse mundo precisa melhorar? Todos os dias ocorrem situações complexas ou até piores do que essa que aconteceu na escola de Realengo. Todos os dias temos crianças, adolescentes, idosos e mulheres sendo espancados dentro de casa. Todos os dias policiais abusam do poder e matam crianças que não tiveram escolha. Todos os dias pessoas morrem de fome. Será que a sociedade não é responsável por todas essas mazelas que acontecem todos os dias?

Há pouco tempo, um vídeo circulou o mundo inteiro: o menino Casey Heynes foi vítima de bullying e conseguiu se defender de seu agressor. Muitos aplaudiram a atitude do menino, considerado um herói. A atitude do menino foi louvável, já que ele vinha sofrendo agressões há tempos. Entretanto, pessoas de todos os continentes se solidarizaram com o garoto. Será que essas mesmas pessoas não fazem o mesmo ou até pior do que o outro menino fez? 

Volto à frase da imagem desse post: "a realidade não é o que parece". Por trás das máscaras, todos possuem seus defeitos e psicoses. Esse texto é uma reflexão para que as pessoas que o lerem pensem sobre as suas atitudes e parem de julgar os casos de pessoas que, no auge do desespero, têm atitudes loucas. O assassino de Realengo foi um covarde, um monstro. Mas a questão aqui é: e quem não é? Se não for, que atire a primeira pedra.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Tsuru


De acordo com a tradição japonesa, o Tsuru é um origami especial. Se você fizer mil, pode realizar um desejo. Eu aprendi a fazer essa dobradura quando era criança e, sempre que tenho um papel em mãos, crio um. Não sei quantos já fiz ao longo dessa vida, mas creio já ter feito algumas centenas. Será que, chegando ao milésimo, eu conseguiria realizar meu desejo? E quanto será que falta pra eu conseguir? Porque esse desejo eu gostaria muito de realizar, como há tempos não queria com tanta intensidade alguma coisa.

Entretanto, os meros desejos não são capazes de modificar os destinos. Aquilo que já veio pré-fabricado, aquilo que gostaríamos que fosse diferente, mas que nossos amigos teimam em dizer que aconteceu como tinha que acontecer. Não discordo disso, mas não deixa de doer. Eu gostaria de poder dizer aquilo que está gritando dentro de mim e que isso fizesse toda a diferença do mundo, que tudo mudasse, que tudo fosse da maneira que eu gostaria que fosse. Infelizmente, as coisas não estão ao nosso controle.

A vida não é exata como uma dobradura, ela é bem mais maleável do que uma folha de papel. A vida é cheia de truques e segredos, arestas que estamos longe de entender e de poder, por nossa mera vontade, modificar. A vida está longe de ter começo, meio e fim tão precisos quanto os de um origami...

terça-feira, 8 de março de 2011

Do Dia Internacional da Mulher

Hoje é comemorado o Dia Internacional da Mulher. A data foi escolhida por marcar o dia em que mais de 100 operárias foram queimadas por reivindicarem por salários mais dignos, em 1857, em Nova York. Mais de um século se passou e ainda se percebem distinções entre os sexos feminino e masculino. Todos os dias são relatadas violência contra a mulher, Segundo o IBAM, "A cada 4 minutos, uma mulher é agredida em seu próprio lar por uma pessoa com quem mantém relação de afeto". (fonte: http://www.ibam.org.br/viomulher/bibliore.htm)

Esse é um problema grave que ainda assola a humanidade. Em algumas tribos africanas, as mulheres são mutiladas para que não sintam prazer sexual. Em determinados lugares, as mulheres ainda são forçadas a terem a iniciação sexual com os próprios pais. É preciso lutar muito para que o ser feminino conquiste sua própria independência. O salário dos homens ainda é superior ao das mulheres; o homem tem prioridade na hora de conseguir empregos.

Em contrapartida, as mulheres estão buscando melhorar nos diversos aspectos sociais. Você, mulher que me lê, diga não ao machismo vigente. Precisamos lutar por uma sociedade igualitária, em que os direitos sejam conquistados. Claro que existem diferenças e que elas precisam ser respeitadas, mas é preciso provar que a sociedade nada seria sem o ser feminino, tão prejudicado durante toda a história da humanidade, desde a Eva, passando pelo maleos maleficarum, Joana D'Arc e, por fim, as injustiçadas de 1857, que morreram por tentarem mudar o mundo.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Do tesão feminino



Em algum momento da história da humanidade, alguém falou que a mulher só deveria ser instrumento de reprodução. Durante séculos e séculos, ela foi considerada a perversora dos "bons costumes", a começar por Eva, que induziu o pobre Adão a comer a maçã e, assim, concebeu o pecado original. Os tempos foram passando e muitas mulheres foram queimadas como bruxas ou consideradas pervertidas por gostarem ou sentirem prazer com o sexo, com o toque e o tesão.

Atualmente, vejo que o assunto "sexo" continua sendo tabu. As meninas só começam a perceber que o sexo é totalmente dissociável do amor quando possuem uma certa idade. Até então, é considerado "errado" fazer sexo pelo sexo...é como que uma obrigação perder a virgindade com um namoradinho que se ame, ou com alguém com quem se tenha alguma espécie de envolvimento sentimental/amoroso.

Esse é um problema muito grave já que, apesar da revolução feminina, da queima dos sutiãs e de toda a abertura nesse sentido, as próprias mulheres continuam com atitudes machistas. Não estou aqui defendendo a promiscuidade, mas a liberdade de poder se fazer aquilo que se tem vontade num determinado momento, independente do que a sociedade diga. Ora, o que mais se vê são mulheres se resguardando...afinal "o que ele pode pensar que eu sou, né?". Simples, ele não tem que pensar nada!! O problema é esse, se o parceiro não tem maturidade o suficiente pra entender que você possui tantos desejos quanto ele, quem está errado é ele, não você! O tempo de reprimir os desejos passou!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Da depressão



A identificação da depressão
Para afirmarmos que o paciente está deprimido temos que afirmar que ele sente-se triste a maior parte do dia quase todos os dias, não tem tanto prazer ou interesse pelas atividades que apreciava, não consegue ficar parado e pelo contrário movimenta-se mais lentamente que o habitual. Passa a ter sentimentos inapropriados de desesperança desprezando-se como pessoa e até mesmo se culpando pela doença ou pelo problema dos outros, sentindo-se um peso morto na família. Com isso, apesar de ser uma doença potencialmente fatal, surgem pensamentos de suicídio. Esse quadro deve durar pelo menos duas semanas para que possamos dizer que o paciente está deprimido.
(fonte: http://www.psicosite.com.br/tra/hum/depressao.htm)



Lidar com uma pessoa depressiva é um problema muito complexo. Muitas vezes, não sabemos como agir, já que geralmente é alguém que nos importamos muito e queremos que a pessoa saia desse quadro. A maioria das pessoas não quer ouvir os problemas dos outros, mas é imprescindível dar atenção a quem está nesse estado, já que não é desejável se estar dessa maneira. A tristeza profunda que abate, a angústia e a sensação de desespero que se apodera do ser são sentimentos de origem desconhecida, mas que abatem e podem ter consequências trágicas.

Um problema grave que ocorre é que não é fácil se diagnosticar um quadro depressivo. É preciso que a pessoa esteja há algum tempo apresentando os mesmos sintomas, como tristeza profunda, perda do interesse das coisas, solidão, entre outros. É importante fazer a pessoa reconhecer que está com um problema e que precisa de ajuda, que é importante procurar um tratamento adequado, para que ela consiga se recuperar o mais rápido possível e se reerguer em todos os âmbitos da vida.

Duas questões são necessárias para se lidar com alguém que apresenta depressão: não menosprezar o problema e não sentir "pena" daquela pessoa. A depressão, apesar de refletir no emocional, é uma doença e deve ser tratada como tal. Ninguém é pior do que ninguém por ter depressão. A pessoa simplesmente está com falta de alguma substância no sistema nervoso, o que a leva a apresentar esse diagnóstico. 

Se você tem alguém próximo que está com depressão, arme-se de paciência e muito carinho, para que a pessoa se sinta acolhida e que sinta que não está sozinha. Ao mesmo tempo, anime-a e não a deixe se entregar, por mais que às vezes ela ache que você está cobrando demais ou que você não se importa com ela. Isso é passageiro, quando ela estiver em seu momento de lucidez, vai entender que você só quer o bem dela.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Amor - presença ou ausência?

Lendo o blog do meu amigo Dorly, comecei a pensar no amor. Não a questão da carne, ou homem x mulher, mas o amor em si, o sentimento. Em seu texto, ele falava sobre a relação um pouco perdida com sua avó. Daí, comecei a pensar, com meus botões, sobre pra onde vai o amor que fica - e que se esconde. Será que, sendo amor, ele simplesmente se esvai? Ou será que permanece guardadinho, mesmo quando não há mais contato físico com a pessoa?

Sinceramente, mais uma vez reitero o quanto não acredito que o amor seja finito. Pra mim, tudo aquilo que acaba é porque tem começo, meio e fim. Mas as pessoas não são assim...e, por mais que não existam mais no plano físico, elas permanecem em nossas lembranças. A relação pode ter terminado, pode-se estar apaixonado por outra pessoa, mas aquela pessoa nos marcou, de alguma forma. Ela deixou alguma forma de ensinamento dentro de nós. Isso não se perde - por mais que não exista mais uma relação cordial.

Amar alguém não significa estar ao lado dessa pessoa, ou querer vê-la o tempo todo. Também não é querer ligar o tempo inteiro, mas sim o respeito que se tem pelo tempo que se esteve junto. Pode-se ter mágoa pelo que a pessoa fez, pelo rumo que as coisas tomaram, mas isso não significa que aquele sentimento puro não exista mais. Ele simplesmente está escondido, como uma pedra não-lapidada.

Amigos que não se veem há tempos são exemplos vivos disso. Não é preciso estar em contato direto com eles para que o amor permaneça. Ou mesmo pessoas que brigaram e que não se falam mais. Não é porquê existe uma barreira que o sentimento não exista mais. Ou parentes que moram em outras cidades...enfim, existem mil e um exemplos.

O amor está muito acima das relações humanas. É isso que as pessoas precisam aprender. Ama-se, apesar de não querer. Ama-se, apesar de não dever. Ama-se, apesar da pessoa não merecer.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Você sabe o que é Química Verde?



A química verde (ou green chemistry, ou química sustentável) foi introduzida há cerca de dez anos nos EUA pela EPA (Environmental Protection Agency), a agência de proteção ambiental daquele país, em colaboração com a AmericanChemical Society (ACS) e o Green Chemistry Institute. Esta iniciativa norte-americana vem despertando o interesse de organizações governamentais e não-governamentais de vários países. Na Europa, Japão e Estados Unidos foram inclusive criados Prêmios para incentivar pesquisadores de Indústrias e Universidades a desenvolverem tecnologias empregando os princípios da química verde. Desde 1996, quando o Presidential Green Chemistry Awards foi criado nos EUA, mais de uma dezena de Corporações e Investigadores foram premiados.
Na Europa, a Royal Society of Chemistry (RSC), com o apoio de setores industriais e governamentais, instituiu em 2001 o U.K. Green Chemistry Awards, para premiar empresas e jovens pesquisadores que "desenvolverem processos químicos, produtos e serviços que levem a um ambiente mais sustentável, limpo e saudável". Além disso, a RSC criou a Green Chemistry Network (GCN), com o objetivo de "promover a conscientização e facilitar a educação, treinamento e prática da green chemistry na indústria, academia e escolas". Outra importante iniciativa da RSC foi a criação, em 1999, da revista Green Chemistry, de periodicidade bimestral, dedicada à publicação de artigos inéditos que, de alguma forma contribuem para o desenvolvimento da área-título do periódico.
A química verde pode ser definida como a utilização de técnicas químicas e metodologias que reduzem ou eliminam o uso de solventes e reagentes ou geração de produtos e sub-produtos tóxicos, que são nocivos à saúde humana ou ao ambiente. Este conceito, não é novidade em aplicações industriais, principalmente em países com controle rigoroso na emissão de poluentes. Ao longo dos anos os princípios da química verde têm sido inseridos no meio acadêmico, em atividades de ensino e pesquisa.
O que hoje está sendo chamado de química verde na verdade não apresenta nada de novo, uma vez que a busca um desenvolvimento auto-sustentável há anos está incorporada nos ideais do homem moderno. A ECO-92, o Protocolo de Kyoto e a Rio+10 são exemplos de iniciativas que mostram a crescente preocupação mundial com as questões ambientais.A química verde pode ser encarada como a associação do desenvolvimento da química à busca da auto-sustentabilidade.

(retirado do site http://www.ufpel.tche.br/iqg/wwverde/)
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