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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Balanço de 2010


Se eu fosse dar uma nota para 2010, acho que daria a nota 7. De uma maneira geral, foi um ano médio, no qual ocorreram coisas muito boas para mim: minha formatura, novas possibilidades na minha área, mudanças, novas amizades, o Botafogo ter vencido o Campeonato Carioca. Posso dizer que 2010 fechou um ciclo e que provou que ainda há muito pela frente.

Ao mesmo tempo que 2010 foi um ano tranquilo, ocorreram algumas tragédias. Não podemos nos esquecer dos temporais que deixaram milhares de desabrigados em várias cidades, da onda de violência em todo o Rio de Janeiro (que felizmente culminou com a ocupação da Vila da Penha pelo BOPE), dos terríveis terremotos no Haiti e no Chile, entre outras problemáticas que assolaram o planeta. Apesar de ainda ocorrer esse tipo de situação, o lado bom foi a prova de que o ser humano é solidário e é capaz de estender a mão a quem precisa. Entretanto, é preciso perceber que a ajuda não deve ocorrer só nos momentos de catástrofe, ela deve ser contínua, diária, numa comunhão de pensamentos e ideias.

2011 vem aí com a missão de iniciar novos tempos, de mostrar o recomeço para muita gente: novos caminhos, novas conquistas. Vem para que todos percebam que o amanhã é possível, que nada para, que a vida é uma sucessão de momentos e vivências. Assim, termino esse post dando boas vindas ao ano que se inicia, esperando que ele seja cheio de paz e luz para todos.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Da bipolaridade social



Já pararam pra pensar no quanto vivemos numa sociedade de opostos? Pois bem, explico: vivemos num planeta onde dois lados sempre se confrontam: o certo e o errado; o bem e o mal; o branco e o preto; o homem e a mulher; o yin e o yang. Onde está o erro disso? Será que seríamos capazes de cogitar um universo diferente dessa realidade? Talvez não, mas ainda sim é preciso tentar.

As guerras, as matanças e a ganância humanas têm início na ideia de que existem diferenças. Penso que mais do que uma questão econômico-política, entra em cena a questão do ser. O homem carrega em si toda uma série de ideias pré-concebidas e acaba não exercendo o direito de deixar o próximo ter a sua livre escolha: cada qual carrega em si a sua verdade e quer enfiá-la no outro, tentando mostrar que o seu lado é o correto, que aquilo que ele acredita é o melhor para todos. Essa questão já começa na infância, quando a criança é corrigida, sendo podadas diversas de suas características mais profundas. Não que não seja preciso moldar a criança para viver em sociedade, claro que é preciso ensinar a ela que o mundo não é só a realidade em que ela vive, mas, para isso, é preciso ensinar a ela que o outro possui seus direitos e pode errar ou acertar.

Vive-se numa sociedade em que todos são juízes uns dos outros, sem importar as circunstâncias ou a maneira como determinado fato aconteceu. No caso dos Nardoni, a imprensa e a sociedade já haviam condenado o pai e a madrasta da menina, sendo que não havia sido realizada a perícia. Mais do que isso, havia uma multidão de pessoas em volta do tribunal, que iriam apedrejar o casal, caso estivéssemos numa outra sociedade. Ora, será que ali ninguém nunca pecou? Talvez a bipolaridade social seja olhar sempre o lado do outro, ao invés de nos importarmos com nossos próprios problemas.

Ao invés de tentar modificar o outro, por que não alterar nossos próprios erros? Por que não tirar aquilo que está de sujo dentro de nós mesmos? Se fôssemos donos da verdade, não estaríamos aqui, mas num lugar melhor, ou mesmo em cargos melhores. Existe uma frase de Mário Quintana que expressa bem o que digo neste texto:

"Por favor, deixem o outro mundo em paz! O mistério está aqui!"

O outro mundo não necessariamente é um outro planeta, mas sim a nossa mente, o nosso eu interior. Quando se passa a esquecer os erros do outro a fim de se olhar para dentro de nós mesmos, fazemos nossa evolução pessoal, aparando as arestas e tornando o mundo menos dúbeo, tornando-o mais linear...

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Caixa de Pandora

Esse post é um desabafo. Quero, mais uma vez, tirar o peso do mundo de dentro do peito. Venho guardando há tempos aquilo que me prende, aquilo que não se solta, coisas que fazem falta e que eu nem sei ao certo do que se trata. Queria poder tirar, gritar, desamarrar esses nós que carrego comigo. São nós que guardo em meu coração e que tenho muita dificuldade em desatar.

Se ele tem nome? Não sei, sinceramente. Talvez eu guarde dentro de mim todo o amor do mundo e não saiba direcionar...e acabe usando ele contra mim mesma. Não contra as pessoas, mas acabo sufocando de tal forma que acabo por naufragar. Ajo assim porque tenho pavor de passar novamente por aquilo que um dia eu passei. Não sei se aguento passar por outras desilusões. A partir desse momento, me forcei a desacreditar em sonhos de criança, em esperança, em beleza, em uma palavra, perdi minha fé na humanidade, coisa que jamais concebi que aconteceria.

Nesse momento, coloco em palavras um pouco do sentimento que me corrói. Talvez seja exagerado, superlativo, gritante. Mas são os MEUS sentimentos, e deles só eu posso tomar conta. Ando por aí tentando encontrar onde eu possa distribuir um pouco desse carinho e vontade de cuidar que me assola...busco nas cores, nos animais e nas poucas pessoas que talvez me recebam de bom grado...porque sei que a maioria não compreende os sentimentos - sentimentos esses que eu também cismo em dizer que não existem mais, mas que pululam e teimam em emergir e tentar sair da minha caixa de Pandora...

Talvez nada disso faça sentido, mas só escrevi pra desafogar e respirar um pouco do ar libertador da noite amiga...

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Do Aborto


"Quem aqui não teve uma namoradinha que teve que abortar?" - Sérgio Cabral, Governador do Estado do Rio de Janeiro, em evento para empresários


A pergunta do governador reflete a questão que vem sendo mal abordada durante muito tempo na sociedade: o aborto. Antes que me perguntem, afirmo: sou contra. Sei as consequências espirituais desse ato, sei o quanto o perispírito fica marcado devido a esse ato, sei o quanto aqueles que querem reencarnar ficam ao serem vítimas desse crime. Sim, nesse sentido recorro à minha religião, e talvez muitos sejam contra. Mas se é algo que eu acredito, por que negar e não recorrer à crença?

As pessoas, de uma maneira geral, são completamente irresponsáveis e não medem as consequências de seus atos. Ora, existem inúmeros métodos contraceptivos. Existem diversos programas de conscientização, propagandas sobre camisinha, entre outros. A pílula do dia seguinte e o anticoncepcional estão aí e existem em diversos valores, qualquer pessoa tem acesso a eles. Entretanto, num momento de prazer, a menina esquece de se proteger e acaba engravidando. A culpa disso é de quem? Da criança? A criança não se faz sozinha. E o cara, por que não usou camisinha ou cobrou que a menina se cuidasse?

Em caso de estupro, ainda que não seja culpa da mulher, ainda assim sou contra o assassinato de uma criança que nada tem a ver com aquele ato. Não quer viver com o fruto de um crime? Dê a criança para adoção...existem tantas mulheres que gostariam de ter um filho e não conseguem! É ruim dar pra adoção? É. Mas é melhor do que matar. E não é porque a criança não saiu da barriga que ela não existe. Ela é um ser vivo, que iria crescer e se tornar um ser humano.

Não julgo quem faça aborto, cada cabeça é uma sentença. Esse post serve somente para alertar as pessoas do que pode acontecer, e que as dívidas espirituais acontecem assim. Sei que existem diversos fatores que podem levar alguém a cometer um aborto, mas considere muito e saiba que serão pedidas contas de seus atos. Pense bem nisso!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Realidade (?) Virtual


Ontem fui a uma palestra da ESPM (Nós Digitais) sobre Cibercultura. Apesar de eu não ter ficado muito tempo, um assunto em especial me intrigou: os games que mesclam realidade virtual com a real, pois pessoas e locais estão inseridos dentro do mesmo contexto, utilizando-se da geolocalização.

Em 1953, o brilhante Ray Bradbury escreveu o livro Fahrenheit 451. Nele, as pessoas vivem imersas num mundo de entretenimento, totalmente alienadas e passivas, aceitando tudo aquilo que passa em uma espécie de televisão. Ao mesmo tempo, os bombeiros da ficção não apagam o fogo das casas, mas sim queimam os livros. Trata-se de uma sociedade totalitária, onde aqueles que ousam ler ou se informar, são perseguidos e considerados subversivos. 

O que o livro tem a ver com o contexto dos games? Tudo! Vivemos uma realidade em que o entretenimento está se sobrepondo à cultura. As pessoas dedicam horas e horas ao lazer e esquecem de estudar, pesquisar, ir a fundo nas questões que realmente importam. O problema ainda torna-se mais grave porque essa questão está sendo refletida nas relações humanas. Vivemos a cultura do prazer, ou seja, só está bom enquanto é agradável. Se não é mais, torna-se descartável. Isso é perigoso, pois há sentimentos em jogo, e eles não são perecíveis. Eles permanecem nas pessoas e isso pode estourar a qualquer momento.

É preciso repensar a estrutura dessa realidade. E rápido.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Violência, ataques e prisões

A polícia enfim conseguiu "dominar" o Complexo do Alemão e a Vila Cruzeiro, algumas das regiões mais violentas do Rio. Lá, como a Globo sempre faz questão de lembrar, é onde o jornalista Tim Lopes foi assassinado barbaramente. Tudo muito bonito. As forças armadas todas se uniram em prol da sociedade, de tirar a bandidagem dos morros, de desarmar aqueles que formam as "forças do mal". Agora, a sociedade vai estar protegida de bandidos, traficantes e toda espécie de problema naquela região. Parece que tudo vai dar certo no Rio. Será?

O sistema carcerário brasileiro só permite que cada preso permaneça até, no máximo, 30 anos na cadeia. Ou seja, a prisão perpétua não existe. O cara pode ter sido assassino, estuprador, serial killer. Ele só vai cumprir 30 anos de pena. Se ele tiver bom comportamento dentro da cadeia, a pena ainda é atenuada. Existe também o indulto de Natal. Fora que eles ficam à toa dentro das celas, enquanto nós pagamos impostos caros para manter os caras que matam nossas famílias num ócio infundado.


Ainda há outro problema grave: a corrupção dentro das corporações. Com algum dinheiro, é possível pagar propina aos policiais, que deixam os condenados agirem conforme eles querem. Podemos ver isso quando sabemos que presos têm acesso a celulares, visitas íntimas, entre outras regalias. Ora, o cara vai, trafica drogas, mata um monte de gente e ainda não é obrigado a trabalhar. Que sistema é esse? Só pode ser piada, né?

Sinceramente, não acredito na recuperação da maioria desses bandidos. Ao mesmo tempo, não sou a favor da pena de morte. Sou a favor de manter eles num sistema de trabalhos forçados, braçais mesmo. Limpar bueiros e quebrar pedras. Pra comerem, eles deveriam plantar a própria comida, matar e criar os animais que queiram comer. Se eles não agem como seres humanos, também não devem ser tratados como tal...

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Intolerância e derespeito



Creio que um dos assuntos mais polêmicos dessa semana foi a agressão cometida por  três militares contra um jovem homossexual logo após a Parada Gay do Rio, que ocorreu no domingo. O jovem e o namorado foram abordados e o estudante Douglas Igor Marques Luiz, de 9 anos, foi baleado na barriga, nas pedras do Arpoador, em Ipanema. O episódio reflete como as pessoas ainda estão despreparadas para lidar com tudo aquilo que é diferente.


Há algum tempo, fiz um post criticando os estudantes da Unesp por terem realizado um "rodeio das gordas". Hoje, a introdução é diferente, mas a temática permanece a mesma: a incapacidade do ser humano em lidar com as diferenças. Creio que a charge acima retrate bem o que acontece. Todos exigem respeito e igualdade quando estão de um lado da moeda. Entretanto, quando o fato esbarra nos preconceitos e moralismos hipócritas da sociedade, os indivíduos prezam pela "moral e bons costumes". Mas quem foi que ditou essas regras de comportamento? Quem foi que disse que é errado ser homossexual? Será que os indivíduos não podem ser livres?

Penso que todos temos algum tipo de preconceito. É hipocrisia dizer que não. Entretanto, é necessário esforço para mudar esse quadro. São visões de mundo que permanecem enraizadas na sociedade desde os tempos remotos. Até quando isso vai permanecer? Será que o avanço no planeta é somente nas áreas tecnológicas? O ser humano não é capaz de acompanhar o progresso também em suas ideias? É triste. Mas é preciso mudar. Repensar todos os dias as atitudes e verificar o que é preciso modificar em si, para que esse mundo ainda tenha alguma salvação.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Muita calma nessa hora


Seguindo a onda dos filmes nacionais, "Muita calma nessa hora" vem aos cinemas com alguns dos maiores nomes do humor atual: Marcelo Adnet, Bruno Mazzeo, Marcelo Tas, entre outros. O filme conta a história de três amigas que, desiludidas com os homens, vão passar uma temporada em Búzios. Ao mesmo tempo,  mostra a história de Estrela, uma menina hippie que procura seu pai. 

Jovem, "Muita calma" retrata o universo dos vinte e poucos anos, misturando um "quê" de Confissões de Adolescente com Gossip Girl. São meninas que, acima de tudo, querem curtir, conhecer outros meninos e esquecer a vida atribulada na cidade grande. O filme não é lá muito pretensioso, mas diverte. As cenas em que os meninos do "Hermes e Renato" aparecem são impagáveis, pois caracteriza perfeitamente um grupo de amigos solteiros, que só saem para zoar por aí.

"Muita calma nessa hora" é interessante porque mostra as belezas do cenário de Búzios e não é mais um filme que só mostra as desgraças das favelas do Rio ou a miséria do nordeste brasileiro. É leve e rende boas risadas, sendo uma ótima pedida para aqueles que querem relaxar e esquecer um pouco dos problemas do dia-a-dia.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Pior que tá? Fica sim!


"Vote no Tiririca! Pior do que tá, num fica!" - slogan da campanha do candidato
"'De 10 vocábulos que escreveu, Tiririca errou nove', diz promotor" - Site da Revista Época

Tentei me abster de comentários sobre a eleição do Tiririca, já que me considero anarquista e não sou a favor do governo. Ideologias à parte, entretanto, venho aqui falar não exatamente sobre a eleição em si, mas sobre a precariedade do ensino no país. Sim, é um absurdo uma pessoa disputar um cargo público sem saber ler ou escrever. O erro, no entanto, não é do humorista, mas do sistema precário e falido de ensino. 

Os jovens que frequentam as escolas aprendem a decorar palavras, fórmulas e a fazer contas. Entretanto, não aprendem a pensar: são analfabetos mais que funcionais, são pessoas que não pensam por si só, mas que engolem aquilo que lhes impõem. Esse fato é tão comum no país que não é só visto em lugares carentes. Há uma cultura do não-pensar, do absorver notícias por osmose, do enxergar somente aquilo que é dito. Sei que esse não é um fato isolado no mundo, que ocorre em diversas outras sociedades, mas penso que por aqui a coisa é mais generalizada. As pessoas se contentam em saber o necessário, a ficar no supérfluo, na superfície.

A candidatura de um pobre humorista que veio de uma triste realidade é somente a ponta do iceberg. Sinceramente, não o culpo. Ele é apenas mais uma vítima de um sistema que não ensina novos valores, mas que corrompe os cidadãos, impedindo-os de analisar criticamente, de repensar suas próprias existências ou do mundo que os cerca. Claro que existe o fator acomodação, já que existem indivíduos que, mesmo dentro desse mundo, conseguem sair da bolha em que estão inseridos para tentar mudar. Mas são tão poucos! É preciso tentar alterar isso...já não estamos mais em tempo de olhar o mundo sem participar dele. Diversos pensadores e filósofos vêm nos alertando há diversos séculos sobre a necessidade de mudanças. Até quando veremos palhaços mandando em nós?

sábado, 13 de novembro de 2010

TPM


Eu juro: na minha próxima encarnação vou nascer homem. As mulheres que leem esse blog vão entender o porquê desse post. Os homens, espero, vão tentar compreender um pouquinho mais suas mães, amigas e namoradas, porque vocês não sabem o quanto é ruim estar com todas as sensações negativas em um único corpo durante uma semana.

Primeiro, vem o acúmulo de líquidos, o que nos deixa super inchadas. Ou seja, nessa época, nos achamos ainda mais gordas do que geralmente acreditamos ser. A barriga fica maior, o peito fica maior e a vontade de comer doces (principalmente chocolate) aumenta. Os médicos aconselham que as mulheres evitem comer alimentos que contenham gorduras, mas é algo praticamente impossível, já que a compulsão aumenta nessa fase e tudo o que queremos é devorar um pote de sorvete ou uma caixa inteira de bombons.

A inconstância no humor é outra das maiores características da TPM. Uma simples frase pode gerar uma catástrofe. Não é algo que nós mulheres gostemos de ter e, acredite, nós lutamos contra isso. Creio que ninguém goste de se sentir assim, de fazer aquelas terríveis tempestades em copo d'água, mas é um fato corriqueiro nessa época de tensão. 

- Amor, eu tô bonita?
- Você tá linda hoje, meu bem!
- COMO ASSIM EU SÓ TÔ BONITA HOJE? QUER DIZER QUE NOS OUTROS DIAS EU NÃO TÔ BONITA? VOCÊ NÃO ME ACHA BONITA?

E lá se vão horas de discussão e choro...

Enfim, homens. Não digam às suas companheiras que vão sumir e que elas estão chatas nesses dias. Isso não ajuda em nada e ainda pode mostrar o quanto vocês estão insensíveis a épocas em que tudo o que elas querem é um colo e um cafuné. E mulheres, vamos insistir para que a medicina invente uma cura para isso, ou um modo de amenizar. Sei que existem tratamentos, mas cura, de fato, ainda não foi inventada. Espero que um dia ela seja possível, para o bem da convivência entre os sexos...

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Até onde vai o vício de uma pessoa?

Sem comentários pra essa mulher. Assistam aos vídeos abaixo e tirem suas próprias conclusões.




(Retirado do Não Salvo)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Do fanatismo



Significado de Fanatismo: s.m. Paixão cega que leva alguém a excessos em favor de uma religião, doutrina, partido etc. / Dedicação excessiva.


Quando ouvimos falar em fanatismo, pensamos logo no aspecto religioso. Entretanto, existem outros não menos importantes, que levam as pessoas a cometerem diversas loucuras, em nome de uma causa ou de um alguém. Temos alguns exemplos conhecidos, como Mark Chapman, fã do ex-beatle John Lennon, que assassinou o cantor próximo de sua residência. A cantora Selena Quintanilla foi morta pela presidente do seu fã-clube, Yolanda Saldívar.

O que leva alguém a matar um ídolo? Até que ponto o "amor" que se sente por astros pode ser considerado saudável? Essa semana vimos na televisão milhares de adolescentes histéricas com a chegada ao Brasil de dois fenômenos da cultura pop atual: os protagonistas da saga Crepúsculo e os cantores do Jonas Brothers. Jovens que não estão preocupados em melhorar a sociedade, mas que estão lá pra roubar uma mecha de cabelo daqueles que consideram seus "deuses". Porque a realidade é essa: as pessoas cultuam a imagem daqueles a quem idolatram.

Essa questão não está apenas na cultura pop. Vejo diversos intelectuais que se dizem "ateus" que idolatram uma determinada doutrina, o que acaba se tornando uma espécie de "seita", ainda que não se fale em nome de um deus em si. O ser humano ainda traz dentro de si a necessidade de cultuar e adorar algo, independente de ser uma imagem terrena ou extra-terrena. É preciso dosar e não ultrapassar os limites da razão, porque as maiores atrocidades que ocorreram na humanidade se deram pelo fanatismo.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Erros no Enem


Se tem algo que eu acho um absurdo são esses erros no Enem. Quer dizer, a prova tem um ano para ser planejada, revisada e estudada e o Ministério da Educação deixa erros grotescos acontecerem. Isso prejudica não só os estudantes, que já ficam na maior expectativa e ansiedade por causa do exame, mas também os pais, professores e o sistema de ensino no país.

Convenhamos que já é um crime fazer um jovem de 17 ou 18 anos escolher a profissão que deve exercer pelo resto de sua vida. Vemos muitos profissionais frustrados e empregados ruins simplesmente porque foram mal orientados quando eram jovens. E agora, pra piorar, vêm ocorrendo esses erros numa das provas mais importantes da vida estudantil dos adolescentes. Muitos sonham em entrar para uma faculdade pública, já que não possuem verba para bancar uma universidade particular. Ok, sabemos que a maioria dos estudantes de faculdades federais e estaduais são pessoas com uma situação financeira melhor, mas isso não é regra. E digo mais: existem pais que exigem que os filhos passem para uma instituição pública.

Na minha opinião, era preciso revisar todo o sistema de ensino, desde a pré-escola até mesmo às pós-graduações. Possuímos uma cultura de que todos devem sair da escola e fazer faculdade. Entretanto, os cursos técnicos acabam tendo um déficit, pois a maioria dos estudantes seguem no terceiro grau. Os centros de pesquisa precisam de mais investimento e ser mais valorizados. O Brasil está importando engenheiros, isso está errado! É preciso que os cursos da área de exatas sejam mais divulgados, a fim de que o "pavor" que a maioria das pessoas possuem das matérias de cálculo se reverta em melhorias na sociedade...

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O sensacionalismo na imprensa


Certo, a imagem que postei é forte e muitas pessoas gostariam de não vê-la. É exatamente isso que venho criticar hoje: a necessidade que alguns veículos de comunicação possuem em vender tragédias e desgraças, sem qualquer resquício de humanidade. A alegação é que essas notícias vendem mais, que as pessoas gostam de saber esse tipo de (anti)informação. Eu questiono. Até porquê, o povo não possui instrução suficiente para poder se interessar por outras questões, pois o acesso a determinados conteúdos lhe é negado.

Existem jornais que, se espremermos, vai sair sangue deles. Ora, existem tantas coisas interessantes para se divulgar, como pesquisas, estudos acadêmicos, obras sociais, necessidades humanas. Mas não, essas publicações insistem em mostrar o bizarro, o absurdo, o trágico. Continuam com a política do panis et circenses. E esses fatos não ocorrem somente na divulgação de notícias, mas nos programas sensacionalistas, que exploram a dor e o sofrimento alheios, ou mesmo aos reality shows, que insistem em brigas, intrigas e futilidades, deixando a sociedade na mais completa miséria cultural.

Acho importante que se noticiem os fatos, mas não relaciono o popular à violência ou ao bizarro. Penso que todas as camadas da sociedade deveriam ter acesso aos mesmos conteúdos, não os limitando a baixarias e vulgaridades. Chega a ser contraditório, pois reclama-se da falta de educação e conteúdo das pessoas menos favorecidas, mas não dão a eles as condições para que eles sejam diferentes. Sem cultura e informação, a sociedade não vai sair do padrão que está.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Da maldade humana


Nas últimas semanas, alguns assuntos foram destaque na mídia. Um deles, foi o "Rodeio das Gordas", promovido por alunos (ou podemos dizer animais?) da Unesp. Outra notícia não menos triste foi a sentença do pai da menina Joanna, acusado de tortura e de homicídio qualificado. Minha questão é: por que será que o ser humano, tão evoluído tecnologica e intelectualmente, ainda se presta a esse tipo de barbárie?

Eu realmente gostaria de entender o que leva uma pessoa a menosprezar a outra por causa do tipo físico: cor da pele, peso ou altura. Será que as pessoas não são capazes de perceber que nada na vida é eterno? Beleza passa, juventude passa. É inumano humilhar alguém por ser diferente. A questão do bullying já deveria há muito ter sido superada, seja nas escolas, universidades ou na vida. Ninguém é melhor do que ninguém, é preciso que a sociedade acorde pra isso! Será que esses energúmenos não entendem que é esse tipo de comportamento que transforma pessoas comuns em assassinos como os de Columbine? Atitudes cruéis podem refletir durante toda uma vida, o que acaba gerando um ciclo de ódio e maldade no mundo.

Quanto ao pai da menina, foi só um exemplo. Sei que todos os dias ocorrem situações até piores do que essa. É um caso isolado, que reflete o que acontece nos lares de pessoas que acreditamos ser boas e prestativas. Infelizmente, é um caso a ser combatido silenciosamente. O que leva um pai a maltratar um filho dessa forma? Ou a molestá-lo sexualmente? E o contrário também: por que filhos maltratam, torturam e matam seus parentes?

É triste. Creio que a sociedade não precise só de educação, saúde, moradia e emprego, mas também de uma série de novos valores que incluam amor e caridade. Porque se continuar assim, não sei onde esse mundo vai parar...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Do preconceito



Preconceito

s.m. Forma de pensamento na qual a pessoa chega a conclusões que entram em conflito com os fatos por tê-los prejulgado; O preconceito existe em relação a quase tudo e varia em intensidade da distorção moderada a um erro total.




Se existe algo de abominável na sociedade, esse algo chama-se preconceito. Infelizmente, todos nós o possuímos em alguma espécie, ainda que teimemos em negá-lo ou em condená-lo. 

Hoje, no twitter, a usuária @mayarapetruso postou a seguinte frase: "Nordestisto não é gente, faça um favor a Sp, mate um nordestino afogado!". A frase dela foi uma alusão à eleição de Dilma Roussef. Não contaram pra ela que o maior colégio eleitoral do Brasil está localizado em São Paulo. Também não disseram a essa moça que, sem os nordestinos, a "maior economia" da América do Sul nada seria. 

O preconceito começa da ignorância que as pessoas possuem com um determinado assunto. O ser humano tende a ridicularizar e a menosprezar tudo aquilo que é diferente, seja o nordestino, o preto, o branco, o gordo, o magro, a mulher. A maioria das pessoas acredita que é superior. Entretanto, essa é a questão mais triste que existe, já que o conceito de "melhor" e "pior" são meros valores que nada dizem, são status sociais, que nada possuem de valor concreto.

Não me isento de dizer que muitas vezes sou preconceituosa. Todos somos. A questão é tentar se colocar no lugar do outro e repensar nossas atitudes. Não somos obrigados a gostar de determinadas coisas ou atitudes, mas pelo menos um olhar antropológico e isento de valores somos obrigados a possuir. O preconceito é o princípio das guerras e do ódio que torna o mundo um lugar ainda tão atrasado.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Ilusão de ótica

O cérebro humano nos prega muitas peças. O que você vê nessas imagens?











quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Trabalho voluntário



Uma das formas de trabalho mais interessantes que eu vejo é o voluntário. Porque quem participa desse tipo de atividade está interessado em ajudar gratuitamente, sem receber nenhum benefício em troca. Eu estou com muita vontade de participar de algum trabalho. Recentemente, mandei e-mail para o Solar Meninos de Luz. Lá, eles realizam trabalhos de todos os tipos para quem se interessar. O site deles é: http://www.meninosdeluz.org.br/

Outro trabalho que considero bem interessante é daqueles que cuidam dos gatinhos do Campo de Santana. Quem me conhece bem sabe o amor que eu tenho pelos animais, principalmente os gatos. Quero muito também participar desse grupo. Acho que os bichinhos também precisam de nossa ajuda, já que eles não podem se defender e existem muitas pessoas cruéis que os maltratam. Caso alguém se interesse, eles também possuem um site: http://www.gatosdocampodesantana.kit.net/

Aqui em Niteroi existe a Casa Maria de Magdala, que cuida de pessoas contaminadas com o vírus HIV. O trabalho realizado na instituição é muito bonito e vem ajudando os soropositivos e suas famílias desde o final da década de 80. Os interessados em como ajudar podem acessar o site http://casamariademagdala.org

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Desabafo

"A gente pensa que é livre pra falar tudo que pensa, mas a gente sempre pensa um pouco antes de falar" (Gabriel, o Pensador)

O jovem é movido a impulsos, a vontades e a desejos que, somente com o tempo, são freados. Com o passar dos anos, as pessoas percebem que certas atitudes magoam os outros e que nem sempre falar a verdade "doa a quem doer" é válido. Bem, eu ainda estou nesse processo. Tenho a terrível mania de falar sem medir consequências. Não faço isso por maldade ou pra machucar, mas porque não penso que minhas palavras possuam tanto poder de influência.

Dizem que os arianos agem primeiro pra pensar depois. Não acho, entretanto, que eu deva me desculpar por agir assim. Na hora de magoar alguém ou de expor um pensamento que o outro considere agressivo, ele não vai pensar o meu signo, o grau de amizade ou o quanto eu o ajudei em um determinado momento da vida. Não, ele só vai lembrar que eu o ataquei e que ele precisa se defender. A vida é assim, as pessoas possuem memória curta e geralmente criticam mais do que defendem aqueles que lhe fizeram algo de bom.

O problema está em que muitas vezes precisamos calar, ao invés de dizer o que pensamos. Claro que o meio termo é essencial. Concordo que certas coisas nós devemos calar e que determinados assuntos devem ser guardado, mas se não podemos dizer e afirmar o que pensamos, será que não estamos sofrendo uma espécie de censura? Muitas vezes, eu utilizo o espaço da internet como uma espécie de desabafo. Não falo pra ferir ninguém, mas simplesmente pra dar forma ao meu pensamento, uma espécie de catarse. Realmente gostaria de não ser mal interpretada, mas nem sempre é possível.

Enfim, meus textos, assim como aquilo que escrevo no twitter, são assuntos muito pessoais. Se eu falo que não gosto de uma determinada coisa, ou critico uma determinada situação, não é pra ofender ou menosprezar nada...é simplesmente o espaço que eu criei para poder tirar um pouco de mim o que eu penso. Porque eu sou alguém que pensa o tempo inteiro em milhões de coisas. E longe de mim falar mal de coisas que eu desconheço ou diminuir as coisas ou as pessoas.

Enfim, é isso. Tentarei ser mais flexível com as palavras, a fim de não machucar ninguém. Só espero que não venham me acusando disso ou daquilo quando eu, ingenuamente, postar por aqui aquilo que está na minha mente...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Das mudanças



As pessoas, durante a vida, possuem opções de como proceder. A primeira é a do caminho certo, aquela onde você é uma pessoa de bem e procede sempre da melhor maneira possível, seja em qualquer âmbito. Nela, apesar de nem sempre se fazer a melhor escolha possível, a consciência age e é implacável quando se realiza algo fora da sua boa conduta. Já a segunda, que é a qual eu quero falar hoje, é aquela na qual a pessoa erra e mente tanto que já não consegue mais mudar, o que acaba fazendo com que as pessoas ao seu redor acabem sofrendo.

O agir errado é algo complicado. Existem pessoas que começam com um furto. Outras, com uma traição no relacionamento. Ainda existem aquelas que começam a mentir por bobeira, para se mostrarem melhores do que as outras pessoas. De qualquer forma, são pessoas que possuem uma auto-estima muito baixa, apesar de todos acharem o contrário. São aqueles que precisam de meios não necessariamente lícitos para se promoverem. Muitos agem dessa forma para suprir alguma carência que tiveram na infância, ou problemas em casa. Seja qual for o motivo, é triste ver que pessoas que poderiam ser de bem agirem de tal modo.

Não digo que existam pessoas "melhores" que as outras. Entretanto, existem aquelas que, em algum momento da existência, se perderam no meio do caminho. Porque problemas todos temos, só que alguns utilizam-se de desculpas para si mesmos para se desviarem. Isso ocorre em qualquer realidade, independente de cor, credo ou classe social. Sejam eles assaltantes, estupradores, mentirosos, corruptos, adúlteros, traficantes. Agir de maneira inescrupulosa seja da maneira que for diminui a credibilidade de quem comete esse ato. Sei que não somos perfeitos, mas se apegar nisso para justificar essas atitudes sem tentar não errar é ficar estancado na vida. A questão é se auto-avaliar e perceber onde se está errando. Eu parto do princípio de que todos merecem uma segunda chance. Então, é preciso tentar mudar, por mais difícil que isso possa ser.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

E agora são os filhos que mandam nos pais...

Seria isso reflexo de uma geração com liberdade excessiva? Pode ser...mas que a menininha é fofa, ela é...

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

"Alguma coisa está fora da ordem..."

A sociedade afirma que a criança tem que ser criança, que deve brincar e não trabalhar. Que temos que nos divertir enquanto podemos. Pois bem: crescemos e, chegando na adolescência, precisamos começar a tomar juízo. Queremos sair, nos divertir, mas muitas vezes somos vetados pelos nossos pais. Ao mesmo tempo, temos que estudar e decidir o que queremos da nossa vida. Até aí tudo bem. O problema é quando chegamos à faixa entre os 20 e os 30 anos, onde não somos nem mais adolescentes e não temos dinheiro o suficiente pra levar uma vida estruturada.

Ora, os vinte e poucos anos deveriam ser a época onde verdadeiramente aproveitamos a vida. Porque não temos mais os limites impostos pelos pais (ou pelo menos não deveríamos ter, já que não somos mais adolescentes e somos donos de nossos narizes). Entretanto, muitas pessoas se perdem nesse tempo. Acham que já precisam ter uma responsabilidade excessiva e que o momento é de amadurecimento. Claro, não desmereço quem pensa assim...mas será que não seria bom ter uma dose de indisciplina? Temos uma vida inteira pra viver...tanto tempo ainda pra alcançar a maturidade...por que se limitar a isso enquanto se é jovem?

A juventude é a época de descobrir, de questionar, de viver...porque é a época que nosso corpo aguenta, é a época em que o mundo ainda não se mostrou totalmente corrompido. Existem pessoas que possuem a mentalidade velha desde a adolescência. Confesso que por muitos anos eu também fui assim, mas consegui me desprender desse pensamento e hoje vejo o quanto é fundamental poder correr riscos, poder viver de sonhos. Claro que possuo meus medos e minhas inseguranças, mas penso que uma pitada de irresponsabilidade é vital para todos.

Pra mim, a ordem é algo que deve ser interno. E eu espero que ela só venha com o passar dos anos, quando eu puder organizar a minha mente e minha vida do jeitinho que eu almejo...

sábado, 16 de outubro de 2010

O Menino Azul

Cecília Meireles



O menino quer um burrinho
para passear.
Um burrinho manso,
que não corra nem pule,
mas que saiba conversar.

O menino quer um burrinho
que saiba dizer
o nome dos rios,
das montanhas, das flores,
- de tudo o que aparecer.

O menino quer um burrinho
que saiba inventar histórias bonitas
com pessoas e bichos
e com barquinhos no mar.

E os dois sairão pelo mundo
que é como um jardim
apenas mais largo
e talvez mais comprido
e que não tenha fim.

(Quem souber de um burrinho desses,
pode escrever
para a Ruas das Casas,
Número das Portas,
ao Menino Azul que não sabe ler.)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Da infância


Não vou fazer mais um daqueles textos clichês sobre a infância ter sido a melhor época da vida, porque não tínhamos responsabilidades e blá, blá, blá. Quando éramos pequenos, reclamávamos que não podíamos fazer nada, que nossos pais nos controlavam e que tínhamos que estudar. Sim, isso era realmente um saco. Ter que ler todo dia sobre matemática, acordar cedo e fazer coisas que não estávamos a fim, simplesmente por obrigação.

Mas não é sobre esse lado da infância que quero abordar. Quero mostrar que a infância é uma era de sonhos, onde acreditamos que a vida é linda e que há a descoberta do novo. Infelizmente, com o tempo nos esquecemos daqueles sonhos de menino e nos deparamos com a realidade. Com isso, acabamos nos corrompendo com o passar dos anos: passamos a enxergar o concreto, aquilo que a vida nos mostra, nos tornamos duros e insensíveis. Quando alguém insiste nos desejos infantis, é chamado de louco ou lunático...

Não estou aqui defendendo a infantilidade. Entretanto, acredito que uma boa dose de sonhos e esperanças não fazem mal a ninguém. Porque ainda é preciso se maravilhar com o que existe: com um gatinho de olhos fechados, com uma flor bonita, com um doce gostoso, com uma conquista alcançada. Perder isso é deixar de achar graça na vida, é simplesmente sobreviver. A beleza da infância não está na liberdade, já que não sabemos exatamente o que ela é, mas sim o gosto pelo novo, pela descoberta, pelas aventuras. Enxergar o mundo como uma eterna brincadeira, ao invés de levar tudo a sério demais é a questão.

Então, como homenagem ao dia das crianças, peço que todos olhem pra dentro de si e questionem quantos sonhos abandonaram ao longo da vida por acreditar que eles não valem a pena. Se as pessoas tivessem a iniciativa, a vontade e a garra de quando eram pequenos, talvez o mundo estivesse com mais pessoas realizadas e adultos mais felizes...

domingo, 10 de outubro de 2010

Da melhor amiga

A melhor amiga é aquela que entende o seu pensamento antes que você a solicite. Ela sente que você está precisando daquele colo quentinho que só ela sabe acolher, na hora que você mais precisa: carência, término com namorado, briga em casa ou simplesmente porque você está com saudade e quer estar do lado daquela que é a irmã que Deus lhe deu, embora tenham nascido em ventres diferentes.

A melhor amiga não se incomoda se você telefona às 4 da manhã quando você está com um problema. Pelo contrário, ela fala pra você ligar novamente caso algo de ruim esteja te acontecendo. E se ela puder, ela sai de onde ela estiver pra poder ir ao seu encontro, pra dar aquela bronca básica ou pra dizer o quanto ela ficou preocupada com aquele telefonema.

A melhor amiga te empurra pra cima e acredita no seu potencial mais do que você mesma. Porque ela sabe que, por mais que você erre, você é um ser humano em construção e, embora ainda esteja se descobrindo, o amor e a dedicação que ela lhe devota é maior do que qualquer bobagem mundana. Ela simplesmente vai dizer o quanto você é melhor do que qualquer adversidade dessa vida.

A melhor amiga completa suas frases, ela tem músicas em comum com você, aquela que, mesmo você detestando, toda vez que toca você se recorda dela. Porque independente dela ter um gosto diferente do seu, por aquela melodia te lembrar ela, já se torna mais bonita e mais agradável. Mesmo que seja aquele funk horroroso que só ela gosta.

A melhor amiga está do seu lado em todos os momentos, por mais que o tempo e a distância tentem mostrar o contrário. Ela é onipresente no seu coração e em todos os passos da sua jornada. E eu só posso mais uma vez agradecer a Deus pela minha melhor amiga, a Dani. Porque ela é o anjo que Deus me deu nessa vida. Amizade essa que começou (nessa vida) com uma simples tortinha de morango...e que perdurará por todo o sempre!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Das certezas

Você tem certeza de algo? Se a resposta for sim, em que universo tal afirmação seria realizada? Ela é possível? Ela é viável? Quais os fatores que o fizeram chegar a essa conclusão? E essa certeza é boa para todo mundo? Qual a sua parcela de responsabilidade?

Antes de se ter certeza de alguma coisa, é preciso estudar e verificar todas as possibilidades. Não se deve concretizar nada nessa vida se não tentarmos um plano B, algo alternativo, a fim de que, no futuro, não nos perguntemos: "como teria sido?" Talvez naquele momento nossas dúvidas não nos pareçam boas, mas a mudança é sempre algo bom. Viver uma vida estática é permanecer no óbvio, é dar margem ao que os outros lhe impõem, sem abrir os olhos para aquilo que você gostaria que fosse.

As certezas dão mais margem a arrependimentos do que as dúvidas; estas seduzem, são misteriosas, nos fazem correr atrás, nos fazem perceber que ainda há magia e paixão. Afinal, é isso que move o mundo e o ser humano. Ficar parado em certezas é cair na rotina, é não olhar nos olhos, é se aborrecer e se entediar, é esperar a vida passar e não buscar: é envelhecer antes da hora.

A beleza da vida é a busca, a vontade, a garra. É não parar, é prosseguir, VIVER, com letras garrafais. E se um dia vier a vontade de se estabilizar e parar...aí sim, mas você já vai ter tido bagagem e experiências o suficiente para poder dizer que viveu. O importante é não se deixar corromper...mas simplesmente deixar o mundo seguir o seu ritmo...

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Da realização de um sonho

Todo ser humano é movido a sonhos. Alguns são realizáveis e possíveis de se tornarem realidade. Outros ocorrem porque nós fazemos com que eles aconteçam, apesar das adversidades do caminho. Por fim, existem aqueles que não saem do mundo das ideias, seja por incapacidade humana ou por ser completamente inverossímil. Hoje, quero destacar o segundo tipo: aquele que, embora tudo pareça conspirar contra, simplesmente acontece.

Aos 16 anos, comecei a sentir dor no meu pé direito. Aquilo me incomodava muito. Fiz fisioterapia, pois o médico havia dito que eu estava com tendinite. Fiz e de fato melhorou. Só que o pé esquerdo começou a doer da mesma maneira. Bem, eu já tinha sentido aquilo e fiz o mesmo tratamento, só que não surtiu o mesmo efeito, continuava doendo. Coloquei gesso e depois de um tempo as dores melhoraram.

Aos 19 anos, eu estava cursando faculdade de Moda, na Veiga de Almeida. Eu tinha um trabalho de uma matéria pra fazer: criar uma roupa com material alternativo. A minha mente criativa me fez comprar anéis e pulseiras de plástico (daquelas de criança, com uma florzinha colorida na ponta) e moldar um corselete. A roupa ficou linda! Entretanto, isso custou horas sem dormir e muita, mas muita dor na minha mão. Como não passava, fui novamente ao médico: estava com tendinite na mão. Conclusão: gesso de novo.

A dor não parou por aí. Ela foi se alastrando. Passou de uma mão pra outra. Depois quadril, joelho, cotovelo, ombro. O médico disse que aquilo não podia ser tendinite. Me passou um exame de sangue, no qual constatou que eu estava com algum tipo de reumatismo. Fui a uma reumatologista, que me passou remédios muito caros e que não estavam dando nenhuma espécie de resultado. Diagnóstico: ARTRITE REUMATÓIDE.


Nesse meio tempo, a faculdade estava trancada. Como eu poderia fazer uma faculdade que requer habilidades manuais se eu não podia utilizar bem minhas mãos? Não podia. E fiquei um tempo somente com o curso de inglês. Nessa época, eles me contrataram lá para dar aulas, na Wizard. Fiquei lá por quase 3 meses e fui demitida. Meu mundo caiu.

Em seguida, comecei faculdade de Psicologia, na Estácio. Entretanto, a escada dessa entidade castigou meus joelhos e quadril a tal ponto que eu tive que trancar novamente a faculdade. Aí foi que entrei na crise mais forte da minha doença auto-imune. Simplesmente eu fiquei 6 meses de cama, sem poder andar direito, sentia muitas dores em todas as articulações do corpo. Minha mãe, sem saber o que fazer, me levou ao seu médico homeopata, o Dr. Ricardo.

Dr. Ricardo se condoeu de mim. Uma menina no auge dos seus 19 anos com uma doença "de velho". Ele tentou de tudo. Nesse meio tempo, a artrite deu uma folga. Pensei então em voltar a estudar. Entrei num cursinho pré-vestibular, para me preparar para ingressar na faculdade. Pensei em Música e em Cinema. Sempre gostei dessa área de artes e comunicação. O que eu não esperava é que as dores piorassem novamente. Mais uma vez tive que abandonar meu sonho.

Assim, fui a outros médicos. Uma das médicas mais experientes do Fundão me passou um remédio para tratar meu problema. Só que ela esqueceu de avisar que o remédio serve pra tratar MALÁRIA e causa perda de visão. Meu homeopata, então, me mandou fazer uma vacina com meu próprio sangue. Foi o que salvou a minha vida. Simplesmente eu NUNCA MAIS tive crises como aquela. Nada que sequer chegue perto daquilo.

Então, resolvi que faria faculdade novamente. E comecei Jornalismo, na Candido Mendes. Por achar a faculdade fraca, pedi transferência para a FACHA. E lá me encontrei. Fiz inúmeros amigos, consegui estágios e aprendi as lições mais valorosas da minha vida. E hoje estou aqui, às vésperas de me formar. Só posso agradecer e saber que tudo o que passei na vida deveria acontecer. E que os verdadeiros sonhos não podem ficar só na mente...é preciso lutar por eles!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Da paz

Hoje li no site do jornal O Globo que ocorreram pelo menos 6 arrastões nas últimas 24h no Rio. Essas questões me fazem refletir sobre a realidade do nosso planeta. As pessoas (incluindo eu) reclamam da violência, da impunidade, da injustiça. Entretanto, o que é que nós fazemos para mudar esse quadro? Quantas vezes paramos pra pensar em ajudar o outro, sem esperar nada em troca? Será que a paz é esperar que o mundo mude, de uma hora para a outra? Ou é ter pequenas atitudes, pequenos gestos que façam com que o outro reflita e veja que ainda existem outras soluções possíveis?

Criticamos os bandidos. Algumas pessoas, inclusive, são a favor da pena de morte. Será que essas pessoas já subiram uma favela para ver a situação deplorável em que esses seres humanos se encontram? Pessoas que vivem sem saneamento básico, com uma educação pífia, sem direito a medicamentos, sem direito a exames médicos, sem direito à chamada cidadania. Aí vêm uns e dizem que eles não pagam água, não pagam luz, que possuem mais conforto do que aqueles que não estão lá em cima. Acho engraçado pensar assim. Se acha que a situação deles é melhor, por que então não se vai morar na favela? Creio que os motivos que citei acima são mais do que suficientes...e não se deve esquecer de que aqueles que moram nos morros também são seres humanos e que deveriam ter as mesmas coisas a que nós temos direito.

Penso que, para a paz se tornar viável, a primeira coisa a ser feita é se colocar no lugar do outro. Tentar entender o funcionamento daquela mente, os motivos que os levaram a tomar atitudes extremas. Será que nós faríamos diferente caso estivéssemos no lugar deles? Não estou justificando ou sequer aprovando a atitude de matar ou roubar. Pelo contrário. Acho que essas pessoas devem sim serem punidas. Mas o que deveria ser pensado é que elas poderiam ter seguido um outro caminho caso tivessem investido nelas, caso elas tivessem tido acesso a uma boa educação ou a uma qualidade de vida decente.

Enquanto a sociedade não perceber que é preferível prevenir do que remediar, não pode haver tranquilidade. Pitágoras já dizia, há mais de 2500 anos: "Educai as crianças, e não será preciso castigar os homens".

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Se eu fosse...



(Ideia roubada do blog da Luíza Viglio - http://umgrandebarato.blogspot.com/)



… um livro, seria: Um Aprendizado ou O Livro dos Prazeres (Clarice Lispector)

… um herói, seria: Vampira (X-Man)

… um vilão, seria: Coringa

… um apaixonado, seria: Vinícius de Moraes

… uma personagem secundária, seria: Sam (Senhor dos Anéis)

… um espaço, seria: a Via Láctea

… um narrador, seria: O narrador de Dogville

… um gênero, seria: Drama

… um tempo, seria: Depois

… uma frase de um livro, seria: "Liberdade é pouco o que desejo ainda não tem nome" (Um Aprendizado ou O Livro dos Prazeres - Clarice Lispector)

… uma pergunta de um livro, seria: "Que quer dizer cativar?" (Saint-Exupéry - O Pequeno Príncipe)

… um escritor, seria: Dostoiévski

… uma escola literária, seria: Romantismo

… um título de livro, seria: A Idade da Razão (Sartre)

… uma capa de livro, seria: 



domingo, 26 de setembro de 2010

Da realização pessoal

Quando crianças, os adultos nos perguntavam: o que você quer ser quando crescer? Geralmente respondíamos: astronauta, médico, ou qualquer outra profissão que, no imaginário infantil, nos tornava importantes de alguma maneira. Queríamos trabalhar não para ganhar dinheiro, mas para ter um status, para nos auto-afirmar, para ter alguma importância.

Na adolescência, nos deparamos com o vestibular. Com aquela maldita prova que vai decidir o que vamos fazer pelo resto de nossas vidas (pelo menos é o que acreditamos naquela época). Nessa época, somos altamente cobrados por nossos pais, professores e amigos, que acham que devemos decidir toda a carreira numa fase em que não sabemos nem o que é a vida direito.

Quando entramos na faculdade, nem sempre sabemos se era aquilo mesmo que queríamos. Muitas vezes trocamos de curso porque ele não corresponde às nossas expectativas ou porque nos encantamos com outra coisa. Conheço inúmeras pessoas que estudam por pressão dos pais, que insistem que os filhos sigam seus passos, acreditando que aquilo é o melhor para eles.

A minha pergunta é: por que não deixar a pessoa viver o presente? Estamos sempre em busca do futuro, de "um dia" conseguir dinheiro, "um dia" ser realizado. Não concordo com isso. A pessoa deve estudar ou correr atrás daquilo que quer por prazer, não para agradar ninguém. É por isso que existem pessoas que sofrem tanto, porque se preocupam tanto em agradar os pais e os outros que esquecem de viver o presente, de viver aquilo que realmente importa para elas.

Acho que amadurecer seria provar para os outros que você é capaz de se bastar, independente do que falem. Eu, por exemplo, sei que ainda tenho muito o que crescer, mas quero mostrar que sou capaz. Que, embora muitos duvidem da minha capacidade, eu posso crescer muito mais do que isso.

Quando eu era criança, dizia que queria ser jogadora de basquete e/ou dentista. Depois, quis fazer Filosofia, Direito, Moda, Psicologia, Cinema. No fim, optei por Jornalismo. E não me arrependo. Por mais que o mercado esteja horroroso, por mais que seja um dos cursos mais procurados, sei que é disso que eu gosto e vou correr atrás. Quero fazer cursos que possam me ajudar a crescer na área e complementá-lo. E por mais que não acreditem, tenho certeza de que vou me dar muito bem na minha área. É uma questão de acreditar.

sábado, 18 de setembro de 2010

Da adaptação

Uma das coisas que eu mais percebo nesse mundo é o quanto as pessoas se negam e esquecem todos os seus valores por conta da adaptação. Dizem que o mais forte sobrevive, que vivemos a lei da selva. Entretanto, quem foi que afirmou tal sentença? A sociedade arruma desculpas para tornar-se sempre mais e mais caduca, com seus moralismos e suas atitudes desconexas. Todos dizem que louco é aquele que rompe com as normas, que não vive de acordo com a dita "normalidade". Eu discordo. Acho que a pessoa que consegue superar os preconceitos e mediocridades está muito acima de todos.

Claro que não estou aqui falando de psicóticos ou assassinos. Estou falando de mártires, que conseguiram assumir sua postura em relação ao mundo e levaram sua palavra, suas crenças, suas ideias para aqueles que consideravam seus companheiros de jornada: a humanidade. Acho o idealismo uma das forças mais belas daqueles que conseguem se assumir. Expor uma ideia, tentar mover o mundo para frente é um ato de coragem. Não fossem esses, talvez a sociedade ainda seguisse o códico de Hamurabi, ou ainda acreditasse na supremacia da Igreja.

Fico triste quando vejo pessoas com um potencial enorme de mudanças, pessoas com uma ânsia de mudar, com bons valores, simplesmente agirem como as outras. São aquelas que vão morrer infelizes, tentando provar aos próximos que são iguais. Existem pessoas que vivem toda uma vida assim, seja em qual for o aspecto: simplesmente elas têm medo de colocarem a sua vontade em primeiro plano. Simplesmente empurram a vida com a barriga e jogam suas frustrações naqueles que vivem ao seu redor. Eu, não. Ainda prefiro ser chamada de louca a me dizerem como ou de que forma eu devo agir ou pensar...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Da valorização da mulher

Me pergunto: será que a queima dos sutiãs, a inserção das mulheres no mercado de trabalho, o voto feminino e a pílula anticoncepcional tiveram o sucesso almejado pelas antigas feministas e ativistas? Eu realmente me pergunto isso. Porque o que vejo hoje são mulheres agindo como os homens, abusando da sua sexualidade, da sua sensualidade, cometendo os mesmos erros e tornando-se (por que não dizer?) vulgares.

Não sou santa. Pelo contrário. Sei dos meus erros, sei o que faço. Sou uma mulher adulta e tenho plena consciência de tudo. Não condeno quem dá no primeiro encontro, não condeno quem não tem pudores pra falar de sexo, não condeno nada disso. Mas acho que existem fatores que nos levam a repensar certas atitudes. Acho que cada pessoa faz o que quiser com seu corpo e que isso é saudável. Mas será que os homens estavam preparados para essa atitude do ser feminino?

Sinceramente, eu não sei. Mas vejo muito nisso a culpa da mulher. Não acho putaria saudável para nenhum dos dois sexos. Não é nada legal aquela menina que rodou na mão de toda uma galera, mas também não é bom aquele cara galinha, pegador. Acho que é esse o nosso problema. Nós costumamos tachar a pegadora de "piranha". Os homens nunca querem namorar meninas assim. No entanto, as meninas sempre querem o pegador, porque acha que ele tem A PEGADA. Acham que, já que ele ficou com tantas, ele deve ser bom mesmo, não é? Na realidade, não. Essa é uma fama que na maioria das vezes não corresponde à realidade. Mas as mulheres têm a mania idiota de competirem umas com as outras...falarem mal umas das outras...o que acaba vulgarizando nosso gênero e fazendo com que pareçamos todas iguais. Mas quando uma é diferente, ela acaba  tendo a maior dificuldade de demonstrar, o que é horrível.

Abaixo à vulgarização do ser feminino! Mulheres, precisamos nos unir para que eles possam começar a nos dar um pouco mais de valor...

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Da arte de magoar

Acho que a coisa que eu menos sei nessa vida é dizer não a uma pessoa. Sempre acho que vou magoar, sempre acho que vou ferir o outro. Sei que todo mundo aprende com isso, mas é algo que eu sempre procuro evitar. Tô numa sinuca de bico atualmente: não quero alguém, mas não queria ter que dizer o não. Sei que a pessoa não é apaixonada por mim, sei que não temos nada sério um com o outro, mas, ainda assim, tenho dificuldade em chegar e dizer: não quero mais.

Vim aqui escrever pra ver se desafogo um pouco. Isso está na minha cabeça! Eu sempre penso em todas as hipóteses: e se ele ficar bravo? e se ele ficar triste? e se ele me odiar pra sempre? Ok, são riscos que eu corro e sei que deveria assumir, mas a verdade é que eu odeio quando tem alguém atrás de mim. Sim, eu sou uma pessoa estranha. Geralmente, as pessoas gostam quando alguém fica atrás. Não, eu não. Eu gosto dos mais difíceis, daqueles que geralmente qualquer pessoa normal já teria desistido há séculos. Nem eu mesma sou capaz de me entender.

Sei que muitos têm vontade de me xingar e dizer: liga logo e diz que não quer. Pra vocês é fácil, pra mim, é um tormento. Por essas que eu me escondo do mundo, pra não ter que dizer nem que sim, nem que não. Covardia? Apatia? Talvez...mas não existe nada pior do que não corresponder às expectativas do outro. E sabendo que a causa de tudo isso é você...

domingo, 29 de agosto de 2010

Da desilusão

É complicado gostar de alguém. Amar, se apaixonar, ter um sentimento forte por uma outra pessoa. Mas o que nos leva a isso? O que será que faz alguém ser 'apaixonante'? Algumas pessoas procuram por beleza, que é a característica mais efêmera que mantém uma emoção. Outras, procuram por segurança, aquele que esteve ao seu lado nos momentos mais críticos. Outras - e essas eu considero as mais corajosas - vão atrás do coração.

Estar com alguém por motivos egoístas é simplesmente meio caminho andado para o relacionamento fracassar. Quando se ama, quando se quer estar com aquela pessoa, se deve pensar que aquela pessoa faz o seu coração bater mais forte, faz você sentir que vale a pena viver, faz com que se sinta um frio na barriga, faz com que seus olhos não parem de brilhar. Não adianta insistir: estar com alguém por gratidão é simplesmente mentir para si mesmo. Não acredito nisso. Acredito em amar porque a outra pessoa te completa em tudo, te mostra um caminho novo, mostra que a vida ainda pode ser linda e bela, apesar de todas as adversidades.

Entretanto, as pessoas insistem em permanecer no erro. As pessoas têm a felicidade em suas mãos, estão com ela ali, mas deixam escapar - e geralmente são infelizes por toda uma vida. Vejo muitos casos assim, um em particular que talvez um dia eu conte por aqui...e que me impressionou quando me foi contado, porque talvez a vida dessa pessoa tivesse sido completamente diferente, tivesse sido plena.

Por que, eu me pergunto, por que as pessoas têm tanto medo de viver a plenitude? Por que se acostumam? Por que têm medo de lutar, de viver, de se apegar ao que realmente vale a pena? Não, simplesmente não consigo compreender. E nunca vou me cansar de questionar...

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Canção do adeus

Simplesmente cansei das promessas que você nunca cumpriu.
Cansei das palavras doces que tornaram-se amargas com o tempo.
Cansei de lembrar da felicidade que um dia eu tive e que não tenho mais.
Cansei de acreditar que você voltaria.
Cansei de perder meu tempo com memórias.
Cansei de esquecer de mim.
Cansei de pensar num futuro que não existe mais.
Cansei de pensar nos seus olhos.
Cansei de acreditar que seria pra sempre.
Cansei de idealizar que você voltava pra mim...

Porque eu sou MUITO MAIS do que você um dia SEQUER imaginou.

E agora é que a vida tá (re)começando pra mim.

Adeus, passado.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Vontade de mudar o mundo

Dizem que a juventude é aquele estado de espírito que nos faz ter vontade de transformar, de mudar a sociedade, de fazer a diferença e conquistar o seu espaço. No entanto, vejo a geração atual cada vez mais inerte e sem iniciativa de nada. É um grupo de pessoas que aceitam passivamente o que o mundo tem a oferecer, sem qualquer tipo de resistência. Será que os livros e filmes de ficção científica estavam com a razão? Será que as novas gerações, a partir desta, não terão consciência crítica? Onde estão os jovens que queriam mudar o mundo?

Como diz a música do Cazuza, "aquele garoto que queria mudar o mundo agora assiste a tudo em cima do muro". Mas onde estão os garotos que têm essa vontade? Existe tanto a ser feito e tão poucas pessoas com vontade e capacidade para transformar. Será que a alienação e o conformismo vão tomar mesmo conta da sociedade? O que falta para que não só os jovens, mas o ser humano em si, comece a perceber que é preciso transformar? E, por transformação, falo sobre a necessidade de aprender e agregar novos valores. Vivemos um mundo hipócrita e cheio de falsos moralismos. Quando damos vazão às nossas vontades, somos chamados de loucos. Mas o que é ser louco num mundo caduco?

Torço para que as pessoas acordem. E passem a ver a realidade com olhos mais sensíveis. E que tentem olhar mais para dentro de si e menos para os erros dos outros. Porque ninguém é perfeito. E admitir isso é o primeiro passo...

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Ciclos

Falar da vida é falar de começar e encerrar ciclos. É estar em uma determinada fase que em breve vai terminar e dar início a outra. O problema disso não é o ciclo em si, mas o medo que temos quando ele acaba. Porque aí deixamos a nossa zona de conforto e passamos a não estar mais no controle da situação, mas sim ter que descobrir todo um mundo novo, com novas dificuldades, com novas alegrias e frustrações.

O ser humano, de uma maneira geral, não sabe lidar com o desconhecido. Temos medo de tudo aquilo que não entendemos. Isso foi visto em toda a história da humanidade, desde os primórdios da civilização. O homem tenta aniquilar tudo aquilo que não compreende, independente da maneira como se vive. Isso acaba gerando o preconceito e a insegurança. E esses sentimentos acabam dando início a uma série de separações que existem na humanidade.

Saber encerrar um ciclo é o passo principal para o crescimento pessoal. É conquistar o próprio espaço e saber que nada é pra sempre. Ou pode até ser para sempre, mas no momento correto que o "pra sempre" exija. Porque os planos em um determinado momento podem parecer os mais corretos e sensatos possíveis, mas o dia de amanhã pode mostrar o quanto estávamos errados quanto às escolhas que considerávamos as melhores para nós mesmos...

domingo, 13 de junho de 2010

Perdida

Um dia eu imaginei meu futuro. Imaginei cores e flores, amor e muita felicidade. Vivi uma realidade só existente em sonhos de criança, os quais eu teimei em conservar e acreditar dentro do meu coração. Acreditei que seria pra sempre, acreditei que toda a maldade do mundo não seria capaz de ultrapassar aquilo que de tão forte nos unia; aquilo que de tão precioso eu guardava, como a minha jóia mais bonita e mais cara.

Mas você foi embora. E eu deixei de acreditar nisso. E hoje me vejo tentando entender o que vai ser da minha vida. Hoje reconheço o quanto errei ao deixar meu mundo em suas mãos, ao esperar que você fosse capaz de realizar os meus sonhos. Porque certos sonhos simplesmente não devem ser realizados. Talvez porque não esteja nos planos de Deus, talvez por falta de merecimento de minha parte, ou seja lá o que for. Entretanto, o que fazer com o sentimento que, apesar de tudo, ainda teima em ficar? Gostaria que ele fosse um pedaço de papel, que eu simplesmente amassasse e jogasse fora. Mas não, os sentimentos ficam guardados. E por mais que eu tente, por mais que ele me machuque, ele está guardado dentro do meu peito.

Escrevo pra poder aliviar - e talvez compartilhar um pouco com vocês, caros leitores, um pouco da minha solidão. Escrevo para que possa tirar de mim uma ponta dessa angústia que ainda fica, por mais que eu brigue com ela, todos os dias. Porque, apesar de tudo, penso todos os dias em você - por mais que você não mereça, por mais que você não saiba (ou até saiba, mas finja que não).

Só queria vir aqui para dizer que não sei o que fazer com o que sobrou de mim nesse mundo...

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Uma pitada de felicidade

Às vezes a vida é muito engraçada. Quando você menos espera, acontece alguma coisa que muda radicalmente o seu destino: um novo amor, um encontro inesperado, a morte de alguém querido, a destruição de um sonho. Não importa o que aconteça, é sempre como uma montanha-russa, com seus altos e baixos. Entretanto, hoje vou falar sobre os momentos altos da vida da gente, aqueles em que a gente não consegue guardar dentro do peito a emoção e a alegria.
Acho que são raros os momentos de felicidade plena que temos em nossas vidas. Aquele estado emocional no qual enchemos nossa vida com um brilho intenso e contagiamos todos aqueles à nossa volta, com nossa euforia e nossa vontade de crescer ainda mais. Não, não estou falando de amor. Estou falando de realização pessoal. Acho que as pessoas confundem o estar feliz com um outro. É perfeitamente possível estar feliz por nós mesmos, termos orgulho de nossa capacidade, saber que o nosso esforço foi recompensado.
É bonito quando somos reconhecidos, quando temos a sensação de dever cumprido, de satisfação pessoal. Claro que nem todos passam por isso: existem pessoas que simplesmente estão por aí para aspirar oxigênio. São aquelas sem brilho, nem força. Porém, acho que essas pessoas ainda não descobriram a própria capacidade. Acho que todos têm essa chama dentro de si, mas por medo ou conformismo, não a desenvolvem. O barato de existir é ajudar essas pessoas a aumentarem essa chama e darem uma pitada de felicidade em suas próprias vidas!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

"Cor de cinza...solidão"

Quando eu tinha uns 10 anos, li o livro Éramos Seis. A história narrava uma família que, pouco a pouco, ia perdendo seus membros. Não necessariamente por morte, mas eles iam se afastando e no fim Dona Lola, a mãe, encontrava-se completamente só, em um asilo para idosos.
Não tenho medo de terminar como ela, mas talvez não enxergue as possibilidades que vão me levar a não ficar tão solitária. É difícil conseguir superar a si mesma. Tento enxergar um pouco além da miserabilidade da minha existência, mas meu poder de visão fica limitado a enxergar o que há por dentro dos outros, em detrimento do que existe dentro do meu eu mais profundo. Não me conheço completamente, assim como ninguém o faz. O que me diferencia das outras pessoas é o fato de me incomodar o não me conhecer, e talvez a incessante busca pelo autoconhecimento me torne distante e, por assim dizer, inacessível aos demais.
Luto contra mim mesma para tentar ser igual. Dizem que ser normal é chato, que ser da massa é não ser especial. A questão que me toca é: eu sou especial para quem? Talvez essa seja a resposta que preciso, a fim de não tornar ainda mais inquieta essa vida minha...

terça-feira, 9 de março de 2010

Sentimentos

Só precisava vir aqui e desabafar um pouco. Falar que hoje tá doendo, mas que amanhã com certeza tudo vai melhorar. Espero que, a cada dia que passe, meu mundo se erga e eu possa viver de maneira plena e sincera. Só quero arrancar as tristezas que carrego em mim e pensar que tudo vai melhorar. Pensar, não. Acreditar. Somente assim a vida vale a pena ser vivida: quando a gente SABE que o amanhã vai ser melhor que o hoje.
Sei lá, talvez seja bobagem vir aqui e escrever, mas é a forma que eu encontro de escapar de mim mesma, de tirar de mim a ânsia de fugir e, ao mesmo tempo, de me encontrar. Só queria que isso agora passasse. Não sei bem o que estou sentindo, não sei explicar. Só sei que dói. Tempos que não sentia isso assim, de maneira tão intensa, de maneira tão profunda.
Talvez me reabrir para mim mesma seja um processo doloroso...o qual eu não sei lidar muito bem. Entretanto, a gente aprende, vai levando, mesmo que fiquemos com enormes cicatrizes na alma...

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Mágoa

Sério. As pessoas estão me decepcionando cada vez mais e mais. Daqui a pouco, vou me tornar uma ermitã e sair vagando por aí, sem me relacionar mais com ninguém. Tô simplesmente exausta de falsidade na minha vida. Quero sumir e não falar com mais ninguém, porque parece que ninguém merece a minha presença e a minha boa vontade em ajudar. O que todo mundo mais quer é atrapalhar a vida uns dos outros, tentando aparecer mais, seja por beleza ou popularidade. É vergonhoso, simplesmente tenho desprezo por essas pessoas.
Não consigo ter raiva, mas sim pena. Pena porque são pessoas com a alma tão cheia de nódoas e máculas que, infelizmente, levarão isso consigo pra sempre. São pessoas que constróem a própria cova, com valores fúteis e efêmeros, que ainda vão quebrar muito a cara na vida, porque não são capazes de enxergar os verdadeiros bens que devemos levar dessa vida.
Será que não são capazes de ver que a juventude passa, que a beleza passa, que a saúde passa? Será que não podem ver que essa vida vã, vil e fútil não os levará a nada? Até quando vão desprezar as pessoas pelo que elas aparentam ser? Será que as pessoas não têm direito a serem felizes do jeito delas? Eu realmente me questiono e questiono esses valores...porque aprendi que o bem e o belo estão dentro de nós...e são esses os valores que realmente importam...

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

"Sei que serei esquecida
Assim é a lei da vida
Um sonho doce e profundo
Dura apenas um segundo
Amor, paixão, ilusão
Doces sonhos que se vão
E ficam apenas...
Soluços de um pobre coração"

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Escolhas

Talvez a coisa mais difícil da vida seja saber tomar a decisão correta. Pensemos: existem duas hipóteses: ou a coisa dá certo, ou tudo sai errado. Existem sempre 50% de chances. E nem sempre aquilo que pensamos ser bom para nós realmente o é. Certas escolhas podem momentaneamente parecer as corretas, mas no futuro percebemos que era pra termos feito exatamente o contrário, que deveríamos talvez ter estudado mais uma outra possibilidade, enxergar por um outro ângulo.
Um exemplo perfeito de escolha que pode ser errada é quando precisamos pensar no que queremos do futuro: qual emprego escolher. Fazer a escolha do que se quer trabalhar pelo resto da vida é arriscado, não sabemos o que podemos ser, não temos ainda potencialidades totalmente desenvolvidas, não sabemos o que podemos fazer ou como entender isso. Somos jovens demais pra entender as razões do mundo...
Outro problema de fazer escolhas é arriscar. Geralmente, as pessoas são medrosas demais para se jogarem e abandonarem a zona de conforto. Muitas vezes, é mais cômodo permanecer na situação do que encarar um novo desafio, do que perder aquilo tudo que já foi construído. Entretanto, é necessário ver novas situações. Corajoso é aquele que não tem medo de perder, é aquele que confia que o que é melhor pra ele está reservado.
Talvez esse seja o maior erro das pessoas. Não me excluo dessa crítica. Precisamos nos desmascarar, correr riscos, pesar os dois lados. E esquecer que pode dar errado, mas simplesmente ir à luta, com vontade de vencer e crescer...

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Da Liberdade

Se tem uma sensação que o ser humano não consegue lidar é a liberdade. Todos nós necessitamos estar presos a convenções e preconceitos, que nos paralisam e não nos permite seguir adiante. Entretanto, o que seria a tão famosa "liberdade"? Será que os atavismos que carregamos desde o início dos tempos são passíveis de mudança? Será que somos capazes de desatar os nosso nós?
A resposta para essas questões varia. Para cada qual, há um momento e toda pessoa vive um momento diferente. Além disso, a liberdade não é algo uniforme. Ela não é a mesma para todos; até porquê, os seres humanos são diferentes uns dos outros. Assim, é impossível falar de uma liberdade em si, mas de diversas liberdades, em que as pessoas vão se desprendendo de suas próprias prisões.
É possível estar encarcerado e ser livre. A questão está na mente, nas ideologias, nas crenças de cada um. Não adianta querer fugir do mundo; a questão da liberdade é, ao mesmo tempo, uma questão de paz, de conhecer a si mesmo. Sem saber quem se é, não é possível conhecer os próprios limites, nem entender até se pode ou se deve ir.
Assim, remeto à famosa frase de Sócrates: "Conhece-te a ti mesmo". Quem se conhece, é capaz de ser livre e viver a sua vida em plenitude.
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