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terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Da arte de amar

Dizem que o ser humano é capaz de amar. Questiono isso. Como um ser, sendo impuro, pode conceber a ideia de um sentimento tão sublime, tão elevado como o amor? Que passa por traições, ciúmes, cobranças, competição. Não consigo entender como as pessoas acham que podem guardar essa sensação tão pura dentro delas mesmas quando elas cultivam em si outros sentimentos tão mesquinhos e tão fracos.
Dizem que você não pode amar uma pessoa por ela não te amar. Entretanto, o Cristo veio a nós para dizer que deveríamos amar mais aqueles que não nos amam. Qual a verdade, então? Sinceramente, não vejo lógica em "deixar de amar". Ou se ama, ou nunca se amou. Amor é algo único, bonito, verdadeiro e ideal. Sim, o amor está longe de ser esse sentimento vil que aproxima as pessoas. Os seres humanos se aproximam por interesses, não por sentir a essência da outra pessoa, não por enxergar o que há de belo naquele outro ser humano por baixo da máscara da aparência, que é tão apreciada. A estética é algo que atrapalha, pois muitas vezes deixamos de perceber uma pessoa maravilhosa porque ela não nos é agradável aos olhos. Já dizia Exupéry: "O essencial é invisível aos olhos".
Será que não deveríamos passar por cima dessa  sociedade hipócrita e nos importarmos mais com os outros? As pessoas têm defeitos, sim. Mas não ter amor por elas não é a solução, pois por toda a história da humanidade esse comportamento gerou ódio e guerras. Não seria o momento de mudanças?
Então, eu me arrisco a dizer: ame. Independente do que a pessoa lhe fez. Ame e não espere que lhe correspondam. O importante é estar em paz com a própria consciência.

Um comentário:

  1. Gostei do seu texto, Lívia.
    Assistindo ao filme "Paixão de Cristo", deparei-me com a cena em que Jesus (Caviezel) diz algo como "que deveríamos amar mais aqueles que não nos amam". Isso eu realmente não consigo pensar ser possível. Ademais, o que disse sobre a questão estética eu concordo em gênero, número e grau e penso ser impossível alguém dizer que AMA sem pensar no lado estético.
    A verdade, Lívia, é que vivemos em um mundo hipócrita. Exupèry tentou, mas na prática, MUITOS não sabem fazê-lo.
    Daí eu te digo: "Quem ama o feio, bonito lhe parece". E isso, eu posso te dizer que, já aconteceu comigo. Ah! E não deixei com que o que os outros dissessem pairasse sobre mim. Era feio para eles, mas para mim, era lindo, tanto por dentro, quando por fora.

    Beijos,

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