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terça-feira, 12 de outubro de 2010

Da infância


Não vou fazer mais um daqueles textos clichês sobre a infância ter sido a melhor época da vida, porque não tínhamos responsabilidades e blá, blá, blá. Quando éramos pequenos, reclamávamos que não podíamos fazer nada, que nossos pais nos controlavam e que tínhamos que estudar. Sim, isso era realmente um saco. Ter que ler todo dia sobre matemática, acordar cedo e fazer coisas que não estávamos a fim, simplesmente por obrigação.

Mas não é sobre esse lado da infância que quero abordar. Quero mostrar que a infância é uma era de sonhos, onde acreditamos que a vida é linda e que há a descoberta do novo. Infelizmente, com o tempo nos esquecemos daqueles sonhos de menino e nos deparamos com a realidade. Com isso, acabamos nos corrompendo com o passar dos anos: passamos a enxergar o concreto, aquilo que a vida nos mostra, nos tornamos duros e insensíveis. Quando alguém insiste nos desejos infantis, é chamado de louco ou lunático...

Não estou aqui defendendo a infantilidade. Entretanto, acredito que uma boa dose de sonhos e esperanças não fazem mal a ninguém. Porque ainda é preciso se maravilhar com o que existe: com um gatinho de olhos fechados, com uma flor bonita, com um doce gostoso, com uma conquista alcançada. Perder isso é deixar de achar graça na vida, é simplesmente sobreviver. A beleza da infância não está na liberdade, já que não sabemos exatamente o que ela é, mas sim o gosto pelo novo, pela descoberta, pelas aventuras. Enxergar o mundo como uma eterna brincadeira, ao invés de levar tudo a sério demais é a questão.

Então, como homenagem ao dia das crianças, peço que todos olhem pra dentro de si e questionem quantos sonhos abandonaram ao longo da vida por acreditar que eles não valem a pena. Se as pessoas tivessem a iniciativa, a vontade e a garra de quando eram pequenos, talvez o mundo estivesse com mais pessoas realizadas e adultos mais felizes...

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